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Os Brancos da Lavradores de Feitoria

Sim, eu sei, devia ter publicado isto antes do Verão acabar... Mas mais uma vez o tempo foi tirano e só agora consegui cá chegar. Pode ser que ainda apareça por aí um Verão de São Martinho que volte a por na ordem do dia estes brancos e o espaço onde foi feita esta apresentação.

Temos um mercado muito fragmentado em termos de marcas e de produtores. Isso não é um problema por si e é legitimo que um produtor queira ser independente e ter o seu vinho próprio feito segundo os seus critérios mas inevitavelmente isso cria dificuldades acrescidas na colocação dos seus vinhos no mercado que têm de ser assumidas. Infelizmente não é incomum ver estes pequenos produtores de costas voltadas uns para os outros a queixarem-se da falta de apoio que têm para a promoção e distribuição dos seus produtos. A Lavradores de Feitoria é o oposto disto. Trata-se da associação de 16 produtores e 20 quintas que partilham uma marca, uma adega e uma equipa de enologia. Assim aquilo que cada um não conseguia fazer sozinho torna-se possível devido às sinergias conseguidas por esta associação.


O Memmo Alfama é um hotel que à chegada causa alguma estranheza. Estamos todos habituados a que os hotéis tenham um espaço generoso na sua entrada para facilitar o acesso a taxis e autocarros para deixar e recolher os hospedes do hotel. Aqui único acesso ao hotel encontra-se num pequeno pátio num final de um beco apertado em que a meio do caminho até temos um mural do Vhils. Não é impossível um táxi chegar lá porta mas não é exactamente um local de fácil acesso. Autocarros... esqueçam... Existe mesmo um serviço de transporte em Tuk-Tuk entre o hotel e um parque de estacionamento próximo que deverá ser um dos meio mais cómodos para aceder ao hotel. Mas pensando por uns momentos rapidamente concluímos que para turistas que maioritariamente chegam de avião o facto de o hotel ter um acesso mais condicionado até poderá ser visto mais como uma vantagem, devido ao sossego que proporciona, do que propriamente como uma desvantagem.


Entrando no hotel continuamos num ambiente atípico para um hotel e passando a recepção chegamos a um espaço que poderia muito bem ser a sala de jantar de uma casa particular. Subindo as escadas para terraço somos assoberbados pela vista do casario, pelo Tejo e pela pequena piscina forrada a ladrilhos vermelhos que domina o terraço e em redor da qual este se articula em dois níveis. Este terraço está aberto aos hospedes e a clientes externos funcionando como wine bar podendo-se comer refeições ligeiras. Foi neste cenário que se realizou a apresentação de quatros brancos da Lavradores de Feitoria tendo a sua CEO, Olga Martins e o enólogo Paulo Ruão feito as honras da casa.


O Três Bagos Branco 2013 é um lote tipicamente duriense com 50% de Viosinho e 40% de Gouveio complementados por 10% de Malvasia Fina. Mostra-se amarelo claro esverdeado com aromas citricos e um ligeiro floral. Acidez ligeira notando-se alguma doçura. Um branco despreocupado que fará boa companhia em qualquer esplanada.


Passando para o monocasta Três Bagos Sauvignon Blanc 2013 o registo já é um pouco mais sério até devido a este ser parcialmente fermentado e estagiado em madeira. A cor mantêm-se amarelo claro esverdeada sendo ligeiramente mais escura do que no seu irmão de lote. Aromas cítricos acompanhados por ligeiros espargos. Acidez ligeira com alguma untuosidade a dar-lhe corpo e estrutura. Parece ter algum potencial de guarda. Bastante interessante é a postura comercial da Lavradores de Feitoria e da sua CEO, Olga Martins, que vê este vinho como sendo um meio e não um fim para a estratégia internacional da Lavradores de Feitoria. Estes vinho de castas internacionais são um meio para pôr o pé na porta de entrada de certos mercados para os quais as castas internacionais são as principais referências. Mas somente para dar a conhecer a marca pois o objectivo final será sempre vender os vinhos das castas portuguesas e em particular no caso da Lavradores de Feitoria, das castas do Douro.


Tal como já tinha acontecido com Sauvignon Blanc há uns anos atrás está agora a ser testado a produção de um monocasta de Riesling. Da colheita de 2012 resultaram 1300 garrafas que se por um lado já eram uma quantidade significativa, por outro ainda ficava aquém daquilo que seria o mínimo desejável para um vinho vendido sob a marca Três Bagos. Ficou a ganhar o Rui Paula que a acabou por dar o nome a este vinho e ficou com a venda exclusiva deste vinho nos seus restaurantes. O Rui Paula Riesling 2012 mostra-se amarelo claro brilhante com aromas minerais complementados por ligeiros espargos. Na boca mostra alguma acidez bem acompanhada por um perfil vegetal com alguma doçura e untuosidade a fazer contraponto. No final de boca deixa revelar alguns frutos secos. Um Riesling bem interessante a deixar a água na boca para próximas colheitas deste vinho.

Os Brancos da Lavradores de Feitoria - reservarecomendada.blogspot.pt

Terminamos esta viagem com outra novidade, o Lavradores de Feitoria Colheita Tardia 2010 também ele uma pequena produção tendo sido lançadas para o mercado 700 garrafas. Feito com uma casta clássica para este tipo de vinhos, o Semillon, apresenta-se amarelo dourado brilhante com aroma a tangerina, ligeira glicerina. Boa acidez com alguma doçura bem agradável. É um colheita tardia bem interessante embora eu ache que ganhava com um pouco mais de doçura.


Tudo isto foi acompanhado por alguns dos petiscos que o Memmo Alfama serve nesta esplanada que é uma janela de eleição para o rio Tejo e para Alfama. Foi um ótimo e descontraído final de tarde na companhia de bons vinhos, boa comida e bons amigos.

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