O Rui e o Miguel têm raízes no Dão e essas raízes fizeram-os criar o grupo #daowinelover. O grupo #daowinelover foi criado por inspiração na iniciativa #winelover. Aproveitando a funcionalidade de hashtag do twitter, os membros destas comunidades marcam os seus tweets com estas tags de maneira facilitar a sua procura, têm grupo no facebook aberto à discussão e são organizados encontros entre os membros da comunidade.
Mas voltando ao Rui e ao Miguel simplesmente por amor à camisola decidiram criar uma comunidade como esta virada para o Dão e com um especial enfoque na organização de pequenos eventos de partilha das experiências com vinhos do Dão com outros apreciadores. Eu confesso que de inicio vi a iniciativa com alguma desconfiança. Fiquei na dúvida se faria sentido destacar os vinhos de uma determinada região ao invés de promover o vinho português como um todo. Mas o tempo encarregou-se de mostrar a validade desta iniciativa que têm servido também como uma plataforma de divulgação para os produtores do Dão. O Rui e o Miguel apesar de terem as suas preferências, não privilegiam nenhum produtor em particular e isso têm vindo a ser reconhecido pelos produtores. Fica a dúvida se o trabalho que está a ser feito por eles não devia estar a ser feito pela CVR do Dão mas assim é certamente mais autentico e genuíno.
O primeiro dos eventos desta comunidade foi a #daowinelover Meeting que juntou na Quinta da Passarela apreciadores de todos o país e diversos produtores do Dão que nesse dia puseram de parte as rivalidades que pudessem existir. Cada participante era convidado a levar uma garrafa de vinho do Dão para partilhar, os produtores presentes puseram à prova os seu vinhos e o Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão fez uma prova histórica com vinhos brancos e tintos do Dão desde 1965 até 1998. Fiquei a salivar com água na boca a assistir à distancia... Entretanto ainda foram organizados por Lisboa a #daowinelover Pink Party e o #daowinelover White Day com vinhos do Dão da respetiva cor em que também acabei por não participar.
A ideia do #daowinelover Private Cellar era por à prova alguns vinhos das garrafeiras pessoais do Rui e do Miguel juntamente com os petiscos e pratos do Solar dos Pintor em Loures. Quando o Rui me convidou eu até já tinha um jantar planeado e assim ia ser um dia em cheio, quase demasiado cheio, mas não conseguimos recusar o convite, ainda mais porque tudo se ia passar no Solar dos Pintor que já algum tempo tínhamos curiosidade de experimentar.
Além do Rui e do Miguel, éramos 12 pessoas, quais apóstolos em busca de sabedoria em estado líquido. No alinhamento principal foram provados uns 15 vinhos tendo aparecido para a festa mais uns acompanhantes. Não vou falar de todos mas podem ver o alinhamento aqui. Fiquei apaixonado pelo Quinta da Fata Encruzado 2012 que apesar da sua juventude e de não lhe termos dado o tempo suficiente, cresceu no copo como gente grande e fiquei com curiosidade de o provar daqui a 5 anos. Já mais estabelecido na vida estava o Lagar de Darei Grande Escolha Branco 2008 mostrando gordura e capacidade para aguentar longos anos na pujança da vida. Gostei do Quinta da Falorca Touriga Nacional 2003 que não foi consensual e fiquei surpreendido com o Quinta da Bica Reserva 2005 que parecia um jovenzinho até ser revelado que tinha 8 anos. Adorei a elegância do Quinta do Perdigão Touriga Nacional 2005. Ainda apareceram por ali dois jovens, um mais envergonhado, o Casa da Passarella O Enólogo 2009 e outro mais irreverente, o Pedra Cancela Touriga Nacional 2011, mas ambos bastante interessantes e com perspetivas de boas e longas vidas.
Depois disto já tinham passado umas horas e relaxamos em fim de refeição mas ainda apareceram por ali em jeito de sobremesa dois Quinta da Fata um deles de 1958 e outro de 1962 em que o 1958 mostrava mais vida que o seu irmão mais novo. Ainda deu para descobrir que o Rui também andou a snifar os fumos do Barreiro e beber a copos na Vinícola... Os mais alucinados passaram todos pelo Barreiro... O António Maria que faz do Solar dos Pintor o seu escritório bem ali ao pé da Quinta das Carafouchas ainda trouxe o CR&F 1982 que infelizmente estava morto à chegada e para destoar um Porto de Mil Novecentos e qualquer coisa que se deixava beber bastante bem. Com isto eram 5 da tarde e estava na hora de entrarmos em estagio para o jantar...
Ficou no ar o desafio de para a próxima se fazer ao contrário... Em vez de serem o Rui e Miguel a trazerem vinhos da sua garrafeira, que fossemos nós a levar vinhos do Dão para eles provarem. Tenho cá por casa dois ótimos candidatos para isso..
O Solar dos Pintor será um sitio a voltar num dia com menos vinhos para provar, provavelmente em família. O espaço da garrafeira onde comemos é uma perdição com um historial de vinhos a bons preços nas prateleiras. Não sei se é seguro lá voltar...
No próximo Sábado o Rui e o Miguel vão estar no Adegga Summer Wine Market onde haverá um Dão Wine Bar fruto de uma parceria entre o grupo #daowinelover e a Adegga. Eu que até sou totalista da edição de Inverno do Adegga Wine Market ainda não sei se será este ano que vou estrear a minha presença no Adegga Summer Wine Market. Mas passem por lá e perguntem ao Rui e ao Miguel se vos Dão bom vinho, que eles certamente que certamente vos Dão.
Também arranjo umas garrafinhas,marca lá a coisa que eles merecem um jantar à nossa conta.
ResponderEliminarTemos de tratar disso
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