Eu até não sou muito fundamentalista em termos da utilização das castas tradicionais de cada região. Não acho que seja um crime lesa-pátria usar Alvarinho no Alentejo e até percebo as razões que têm levado muitos produtores alentejanos a juntar Arinto ao Antão Vaz. Gosto muito de provar experiencias com castas estrangeiras em Portugal e uma maneira de tornar as marcas portuguesas conhecidas fora de Portugal até pode passar pela produção de vinhos com castas internacionais que possam ser facilmente reconhecidas nos mercados fora de Portugal.
Mas confesso que a utilização de Arinto, Alvarinho e Sauvignon Blanc neste Vila Santa Reserva Branco 2012 me deprime um pouco. Sendo uma das marcas bandeira do Alentejo, não ter nenhuma casta tradicional do Alentejo no seu lote custa-me um bocado. O Vila Santa em Branco até é uma referencia recente e não seria um problema para mim a existência de referencias especiais da marca que usassem estas castas. Mas na referencia principal desta marca usar estas castas, custa-me... Eu sei que é preconceito meu, que o 2011 já usava as mesmas castas e que quando o provei o ano passado não me apercebi disso. Certamente que a escolha deste lote teve como objetivo a obtenção de um vinho de qualidade superior mas a minha costela alentejana e o meu amor pelo Antão Vaz faz-me estremecer quando olho para o contra rótulo deste vinho...
Dito isto, gostei do vinho e até gostei mais dele do que do seu irmão de 2011. Com a cor amarelo pálido e com aromas citrinos, têm uma acidez contida mas presente, é ligeiramente vegetal mas ao mesmo tempo guloso e gorduroso na boca mostrando o estágio em madeira sem que este se imponha em demasiado. Nota-se alguma juventude e penso que beneficiará do estágio em garrafa por algum tempo.
O vinho provado foi gentilmente oferecido pelo produtor.
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