
É frequente realizarem-se no átrio da Gare do Oriente uma espécie de feiras do livro onde são vendidos livros, uns mais recentes, outros restos de colecção a preços mais baratos. Numa dessas feiras há uns anos atrás dei com a novela Lolita do Vladimir Nabokov. Era um livro de uma daquelas coleções dos jornais diários que ali estaria ainda mais barato do que o preço original. Tendo alguma curiosidade por esta obra e ainda com a ilusão de que arranjaria tempo para o ler, comprei-o. Ao chegar a casa percebi que já o tinha cá em casa proveniente exactamente da mesma coleção... Foi posto num monte de livros repetidos (sim, isso às vezes acontece cá por casa), monte esse que vamos esvaziando pelos Natais e aniversários. Assim o Lolita acabou por ganhar novo dono quando no trabalho decidiram fazer uma daquelas trocas de prendas natalícias em que cada um leva uma prenda que é sorteada entre todos. Como resultado a namorada do meu colega de trabalho que ganhou o livro ficou a duvidar da legalidade das minhas opções sexuais e terá mesmo questionado com alguma censura se eu não saberia qual a temática do livro... Nota mental: Nunca oferecer a Lolita.