O destino leva-nos muitas vezes de férias para a zona de Portimão. Nos últimos dois anos devido às férias da creche do Guilherme temos passado uma semana na praia do Vau por volta do inicio do mês de Agosto.
Nestas passagens por Portimão há quase sempre um dia que é dedicado a ir comer umas sardinhas. Normalmente acabávamos inevitavelmente na zona ribeirinha de Portimão num daqueles restaurantes do Largo da Barca. Estes restaurantes até são bastante simpáticos mas têm uma orientação claramente turística com as implicações que isso trás em termos de preços e de serviço.
No ano passado a Ana fez uma prospeção de mercado entre colegas de Portimão para saber onde é que o Portimonense vai comer sardinhas. A resposta foi: ao Snack-Bar O Ténis. Fomos lá no ano passado, gostámos e este ano regressámos.
O Snack-Bar O Ténis fica nas instalações do Clube de Ténis de Portimão e Rocha. É uma esplanada relativamente fresca devido às árvores e aos toldos existentes no espaço. Tem também uma sala no edifício anexo mas acho que das duas vezes que lá estive nunca vi ninguém lá sentado. É um espaço bastante informal. Os talheres estão na mesa dentro daqueles saquinhos de papel das cantinas. Mas esta informalidade não é problema quando a comida é boa e assim não tenho problemas de consciência por usar as mãos para comer as sardinhas. Não há carta, mas pode-se ver as entradas e pratos do dia listados numa ardosia.
Tal como no ano passado iniciamos as hostilidades com umas entradas. No ano passado tínhamos só experimentado a salada de ovas e a salada de polvo, este ano pedimos também o xerém de berbigão. Mais uma vez não nos arrependemos.
Depois chegaram as convidadas principais devidamente acompanhadas por umas batatinhas olho de perdiz cozidas com casca e uma salada algarvia.
Foi o meu pai que nos explicou que aquelas batatas eram normalmente chamadas de olho de perdiz e foi assim que percebi um dos pratos que tinha comido no Tágide há uns meses atrás... Mais vale tarde de nunca... (Queijo de) Azeitão sobre (batata) olho perdiz assada, cremoso de tomate...
A salada algarvia foi uma adição ao menu da casa dos meus pais desde que fomos ao Ténis no ano passado. Era habitual fazer-se salada de tomate mas não exatamente desta maneira. Tornou-se uma boa maneira de escoar a produção de tomate e pepino do meu pai...
Não há nada como comer umas boas sardinhas em cima de uma fatia de pão para absorver a gordura. No final, comer o pão ensopado na gordura das sardinhas é quase tão bom como as sardinhas.
No final ainda houve espaço para comer uma torta de alfarroba com gelado. Eu pedi o gelado de nata mas devia ter pedido o gelado de limão que deveria combinar bastante bem com o recheio que parecia ser uma espécie de leite creme. Acabou por se tornar uma sobremesa bem mais leve do pensei que seria.
Tudo isto foi acompanhado de uma forma muito competente por dois vinhos algarvios da Quinta do Morgado da Torre. O branco Alvor Singular 2011 e um tinto Alvor Reserva, ambos com uma relação qualidade-preço muito boa. Não consegui registar o ano do tinto pois foi decantado e não tive oportunidade de olhar para a garrafa com atenção... O ponto menos positivo são mesmo os copos. Tal como é habitual em muita restauração em Portugal, por defeito, os copos são uns copos de pé baixo o vidro um pouco grosso. Até eram de uma boa marca mas desadequados para vinho. Só se pedirmos um vinho tinto um pouco melhor é que são trazidos uns copos um pouco melhores, também bastante habituais na nossa restauração, em que a tulipa do cálice é aberta no bordo em vez de ser fechada. O facto de terem decantado o vinho tinto mostra uma tentativa de um serviço mais cuidado embora me tenha parecido um pouco exagerado para este vinho. Num sítio como este não consigo ficar muito incomodado com esta questão dos copos. Mas preferia que usassem um copo como os que descrevo aqui para todos os vinhos. Nem me parece que ficasse muito mais caro.
Além das Sardinhas podem ser pedidos outros peixes grelhados e carne também normalmente grelhada, mas nós das duas vezes que lá fomos não passamos das sardinhas. Quando estivermos em Portimão e nos apetecer sardinhas será aqui que iremos matar o nosso vício.
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