Assim, confesso que, foi com a algum ceticismo que vi a Denominação de Origem de Setúbal alargada há uns anos atrás. A denominação de origem que incluía os concelhos de Setúbal e Palmela e a freguesia do Castelo de Sesimbra passou a incluir também o concelho do Montijo. Ora o concelho do Montijo em termos vinícolas é constituído, pelo que sei, fundamentalmente por solos arenosos em planície. Temi que os moscatéis provenientes daqui trouxessem pouco à região em termos de qualidade. Por outro lado poderiam trazer um pouco mais volume de produção que fazia falta à região para ganhar mais expressão no mercado e por essa via, maior notoriedade.
O Moscatel da Adega de Pegões só existe devido a este alargamento da denominação de origem. Pelo que sei a cooperativa até já produzia vinhos licorosos com base na casta moscatel, mas não podia comercializa-los como Moscatel de Setúbal. Assim, quando saiu para o mercado há 1 ou 2 anos atrás, comprei mais por curiosidade do que por convicção. A Adega de Pegões costuma ter uma boa relação qualidade-preço mas ainda assim não esperava milagres.
Quando o provei pela primeira vez já me tinha convencido e por isso voltei a comprar de novo recentemente. Apresenta uma cor avelã bastante límpida e brilhante. Têm um bom equilíbrio entre a acidez e a doçura, não se tornando enjoativo como outros nesta gama. Não têm ano de colheita, podendo até ser um lote de vários anos. Mas terá 3 anos de estágio, o que já é o dobro do estágio mínimo permitido pela denominação de origem, mas parece ser um moscatel mais velho do que isso e do que o preço parece indicar. Custando menos de 4€, eu até agora não consegui encontrar melhor relação qualidade-preço nesta gama em moscatéis ou mesmo em outros vinhos generosos.
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