Eu confesso que quando chegava a esta apresentação estava com algumas dúvidas... Não por duvidar do trabalho da Fátima, da Justa ou do Mário, mas não estava a perceber a dinâmica deste livro. O nome era inspirador mas também com algo de inédito... acho que nunca tinha visto um título de livro com uma vírgula pelo meio... Quando a Fátima fez deste livro um livro de afetos a fazer ponte entre aquilo que tinha aprendido da mãe e o que queria ensinar à sua neta comecei a perceber...
São 4 temas, o Bacalhau, a Cataplana, as Cervejarias e os Pastéis e para cada tema enquanto a Fátima nos trás a história e as estórias dos ingredientes, dos pratos, dos restaurantes, a Justa trouxe as receitas, por um lado as receitas base e históricas que cada vez mais é preciso documentar e transmitir e por outro algumas receitas novas a renovar conceitos clássicos. Tudo isto documentado fotograficamente pelo Mário que diz ter ficado depois deste livro com bons contatos para obter loiça vintage portuguesa como aquela que ilustra as bem cuidadas páginas deste livro.
Fiquei com inveja, em especial da Fátima. Não porque me achasse capaz de fazer sequer parecido mas porque se há coisa que me dá especial prazer é conhecer as estórias dos pratos e dos restaurantes, de como foram criadas coisas que são omnipresentes na nossa vida e sobre as quais raramente nos interrogamos, de descobrir como coisas que julgamos intemporais têm por vezes origens mais próximas do que julgamos, de perceber que o como e o porquê é por vezes tão simples e singelo.
Este é um livro que está a pedir para ser uma coleção pois além destes temas, que nem serão os mais óbvios com exceção do incontornável bacalhau, há dezenas de outros temas que poderiam facilmente fazer parte d'As Origens da Gastronomia Portuguesa. Fico à espera.
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