A Companhia das Quintas possui quintas em 4 regiões e uma destas regiões é a Beira Interior onde fica situada a Quinta do Cardo. Este Quinta do Cardo Síria 2015 apresentou-se amarelo muito claro ligeiramente esverdeado com aromas cítricos e ligeiras flores brancas. Na boca mostrava uma acidez exuberante com um ligeiro vegetal, denotando um perfil mineral e pleno de frescura. Um vinho com uma muito boa relação qualidade preço. O 2014 mostrou-se amarelo palha claro com aromas a melão e algumas flores brancas. Boa acidez com a frescura a dominar a boca embora já se notasse a estrutura que a casta dá aos vinhos com o passar do tempo.
Para perceberem o potencial de envelhecimento que estes vinhos podem ter deixo-vos a prova do Quinta do Cardo Síria 2006 feita há 3 anos. Mostrou-se amarelo carregado com aromas a melão maduro com um toque salgado e iodado. Boa acidez a surpreender pela idade bem acompanhada por alguma untuosidade a dar-lhe estrutura. Deixa um agradável sabor sal e iodo na boca. Um grande vinho.
Além dos tintos, acerca dos quais não irei falar aqui, a Quinta do Cardo tem ainda no seu portfolio um espumante rosé feito com Touriga Nacional, o Quinta do Cardo Touriga Nacional Espumante Rosé Bruto 2010 apresentou-se salmão claro e com bolha fina enquanto no nariz mostrava pão, tosta, um ligeiro floral e lichias. Boa acidez embora se mostre um pouco ligeiro na boca. Bem conseguido e a cumprir sem ser no entanto surpreendente.
No Alentejo a Companhia das Quintas possui a Herdade da Farizoa onde é produzido o Gaião uma gama de entrada que também já beneficiou da muito bem conseguida mudança de imagem que Companhia das Quintas tem vindo a fazer em algumas da suas referencias. Usando a estética da ilustração cientifica tanto este como o renovado rótulo da Quinta do Cardo estão muito bem conseguidos. Este Gaião Tinto 2014 revelou-se granada com laivos violeta translúcido com aromas químicos, balsâmico, alguma fruta vermelha e alcaçuz. Na boca mostrou boa acidez, taninos ligeiros com alguma elegância a dar-lhe frescura sem deixar de ser aveludado. Um vinho simples mas bem agradável que pela sua frescura poderá funcionar bem durante o Verão.
Se o Herdade da Farizoa 2013 apresentou uma cor granada com laivos violeta quase opaco com um ligeiro fumo, ginja, frutos vermelhos, algum químico e balsâmico no nariz tornando-se um pouco confuso aromaticamente. Acidez ligeira mostrando-se com algum licorado e ligeira doçura tornando-o muito redondo na boca. Alguns pontos interessantes mas pouco entusiasmante.
Já o Herdade da Farizoa Reserva 2012 revelou-se violeta com laivos granada com um nariz floral com algum químico, balsâmico e mentolado. Boa acidez, aveludado na boca sem perder frescura embora não seja muito longo na boca. Acabou por surpreender pela frescura.
Finalmente do Douro chega o Quinta da Fronteira Reserva 2012 que se mostrou violeta com laivos granada com um nariz muito elegante com algum químico e balsâmico e um ligeiro floral. Na boca mostra boa acidez e algum vegetal com alguma rebeldia mas também com alguma fruta na boca a arredonda-lo. Bem feito e com capacidade para agradar a uma gama larga de público.
Alguns dos vinhos provados foram gentilmente oferecido pelo produtor.
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