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Taste Wars - Episódio III - Todo o Esporão Reserva

Continuação de Taste Wars - Episódio II - Estado d'Alma

A outra face do Estado d'Alma é o Bistrô. O Estado d'Alma Bistrô quase passa despercebido como uma cafetaria anónima como tantas outras em Lisboa mas se prestar um pouco de atenção encontrará diferenças notórias como uma decoração com motivos vínicos, caves de vinhos com temperatura controlada e copos de qualidade nas mesas. E alguns daqueles vinhos que o Tiago tem na garrafeira estão aqui disponíveis a copo ou à garrafa podendo acompanhar a carta petisqueira do espaço onde também se podem encontrar bifes, saladas, omeletes e sanduiches. Comida simples mas muito bem feita. E tudo isto com um serviço de sommelier de fazer inveja a muitos restaurantes com pretensões em ter um serviço de topo.


Foi na festa do 3º aniversário deste espaço, já há cerca de um ano e meio, que se realizou uma prova épica de quase todas as colheitas de Esporão Reserva, muitas delas que nem o produtor tem no seu espólio histórico e que em alguns casos eram provenientes do stock pessoal do próprio Tiago que tem um carinho especial por este produtor e por este vinho. Foram 25 vinhos sendo a colheita mais antiga a segunda do Esporão de 1986 e a mais recente a de 2012. Somente 4 colheitas estavam ausentes: 1985, 1988, 1992 e 1998. Na realidade até havia uma garrafa do primeiro ano 1985 mas acabou por não ser provada pois aquela garrafa já não estaria em boas condições.



E da colheita de 1999 estavam presentes 2 versões pois o vinho foi lançado para o mercado em 2001 originalmente com um rótulo com motivos árabes que depois do 11 de Setembro ganhou a alcunha de Bin Laden tendo o Esporão alterado o rótulo para evitar a associação com o 11 de Setembro. Este facto tornou as garrafas com o rótulo original um objecto de coleccionismo. Há quem diga mesmo que não são só os rótulos que são diferentes mas que os próprios vinhos serão diferentes. Não sei serão diferentes e até me custa a perceber a motivação para mudar o rótulo e mudar também o vinho mas que as garrafas provadas se revelaram diferentes com vantagem para o rótulo terrorista, disso não há qualquer dúvida.


Uma das garrafas que se revelou mais interessante foi precisamente a mais antiga colheita disponível para prova que corresponde à segunda colheita de Esporão Reserva produzida. O Esporão Reserva 1986 mostrou uma cor algo oxidada perto do caramelo e ligeiramente turvo com aromas de terra molhada, azeitona e algum café. Ainda com uma acidez bem interessante a dar ainda uma muito boa prova.


Do inicio da década de 90 vinha o Esporão Reserva 1993 revelou-se cobre com laivos granada com aromas a café, azeitona e melaço. Ainda com uma grande acidez e muito longo na boca.



O Esporão Reserva 1999 com o rótulo conhecido como Bin Laden mostrava-se granada com laivos acobreados com um nariz algo fechado a puxar para o especiado. Boa acidez revelando-se muito longo e fresco na boca. Já o rótulo normal revelava-se um pouco mais granada que o Bin Laden e com um nariz muito químico com algumas notas de redução. Na boca o vegetal domina um pouco em demasia a prova tornando-se um pouco adstringente em demasia.





Da primeira década do milénio surgiram aqueles que seriam talvez os melhores da prova o 2003 e 2004. O Esporão Reserva 2003 a mostrar-se granada com laivos acobreados e com aromas minerais, ligeiro químico, balsâmico. A mostrar simultaneamente juventude e equilíbrio na boca com a frescura a dominar. Um grande vinho ainda com bastante potencial de evolução. No Esporão Reserva 2004 o granada começa a dominar, com aroma um pouco fechado o floral domina revelando algum balsâmico. Na boca mostra um bom equilíbrio entre a acidez e os taninos. Também um grande vinho a mostrar um grande potencial de evolução.



As colheitas mais recentes estavam a pedir garrafa mas já a mostrar um grande potencial de envelhecimento parecendo pedir por pelo menos 10 anos após a colheita antes de perturbarmos o seu crescimento. Desses destacavam-se o 2007 e o 2008 que colocavam de bicos de pés do topo da sua quase juventude. O Esporão Reserva 2007 mostrava-se granada com ligeiros laivos violeta e com aromas químicos e a tinta da china a darem-lhe frescura no nariz. Acidez ligeira num conjunto já muito elegante apesar da juventude. Já o Esporão Reserva 2008 mostrou-se granada com laivos violeta com aromas a tinta da china com notas balsâmicas e alguma fruta. Muito vivo e novo com a boca dominada pelo vegetal mas a dar promessas de um longo e glorioso futuro.


A estes vinhos juntei depois uns meses mais tarde algum contexto e estórias de vida quando conheci o Carlos e o Pedro na Cozinha Popular da Mouraria. Faltava provar a comida do Pedro para fechar este ciclo.

Continua...

Receitas de Gelados - www.wook.pt

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