Esta garrafa andava por aqui a sonolentamente à cerca de um ano com outras duas, uma delas irmã e outra prima. Não as tinha aberto ainda porque são daqueles vinhos que precisam de tempo e queria dar-lhe o tempo necessário para revelarem o seu carácter de modo mais pleno. Mas era tempo de abrir uma delas e comecei por aquela que me pareceu que deveria estar mais pronta. A sua irmã a O.Leucura Cota 400 2008 é em tudo igual excepto na cota das vinhas que em vez de estarem a 200m de altitude estão a 400m. Os vinhos com a altitude por norma ganham acidez e frescura o que poderá dar-lhes um pouco mais de longevidade e assim entre os dois seria de começar pelo 200. A garrafa prima é um Estremus 2011 que sendo bem mais novo achei deveria dar-lhe mais tempo.
Provei estes três vinhos por ocasião da sua apresentação à quase 2 anos atrás e qualquer um deles mostrou ser um grande vinho embora parecessem poder ganhar muito com um estágio em garrafa de alguns anos.
O.Leucura trata-se de uma referencia ao Chasco-Preto cujo nome cientifico é Oenanthe Leucura. Este pequeno pássaro que se encontra em risco de extinção também é conhecido por Port-Wine Bird pois têm nas vinhas do Douro um dos seus habitats naturais. O cota 200 mostra-se quase opaco com tons granada e ainda com laivos violeta a mostrar alguma juventude. Ao nariz trás-nos algum floral com ligeiras violetas e um ligeiro balsâmico. Na boca mostra uma boa acidez sem ser exuberante. Fresco, jovem, interessante, taninos ligeiros com um corpo aveludado e a deixar transparecer elegância. É notória a sua evolução e continua a mostrar ser um grande vinho mas continua a parecer-me que precisa de mais tempo para realizar o seu verdadeiro potencial. E se assim é com esta garrafa ainda mais será com as outras duas. Terei de ter paciência.
O vinho provado foi gentilmente oferecido pelo produtor.
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