O último ano tem sido definitivamente complicado... Muita coisa ficou por escrever... Por vezes ainda penso que será agora que vou conseguir por a escrita em dia mas quando dou por isso passou uma semana e não consegui escrever mais nada... Tanto é assim que só agora vou escrever o último capitulo dos melhores de 2015 com o vinho que gostei mais em 2015.
Logo desde o final de 2015 que comecei a pensar em retrospetiva em qual vinho deveria receber este emblemático galardão. E logo a partir dos primeiros momentos de 2016 que quando pensava sobre isto a mente me fugia para este vinho. Era estranho, um vinho estrangeiro que não sendo barato nem era daqueles obscenamente caros, aliás foi aberto mesmo a fechar 2015 pouco tempo depois de outra garrafa que essa sim tinha um preço obsceno sendo umas quase 10 vezes mais caro que esta. Era oriundo de uma região emblemática embora não se destacasse particularmente de outros vinhos da mesma região. Não sei, seria sempre um bom vinho mas daí a ser aquela que gostei mais em 2015 parecia-me demais mas o que é certo é que por mais que puxasse pela cabeça não me conseguia lembrar de outro que me tivesse dado o mesmo prazer e me tivesse enchido tanto a medidas. Tinha sido oferecida por amigos um ano antes e foi aberta minutos antes da passagem de ano com esses mesmos amigos. Talvez esteja a ficar um sentimentaloide e esteja a beber mais momentos e companhias do que somente sumo de uva fermentado.
Mas chega de ter de justificar o injustificável... Custa-me a perceber porquê mas que foi o vinho que me ficou mais na memória em 2015 e sobre isso não há dúvidas. Trata-se do Le Parvis 2006 um tinto de Châteauneuf-Du-Pape na Provença Francesa em Avignon produzido pela casa Ferraton Père & Fils. Seriam os Vinhos do Papa por altura do Papado de Avignon, embora só tenha sido mais tarde que a produção vinícola na região se generalizou e notabilizou. Mostrou-se granada com laivos acastanhados enquanto ao nariz trazia aromas balsâmicos, ligeiros frutos vermelhos e também ligeiros aromas químico. Na boca revelava uma acidez exuberante, taninos muito finos quase imperceptíveis e quase aveludado sem no entanto perder frescura por isso. Uma combinação muito elegante de fruta, austeridade e frescura. Se é que isso é possível... Elegância pura.
Provavelmente terei tido sorte com a garrafa e a companhia também terá tido a cota-parte nesta avaliação mas sem dúvida que independentemente de tudo isso me deu muito prazer bebe-lo.
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