Panorama
Este ano não fui ao Panorama, foi a Ana. Comer Leonel Pereira é sempre uma experiencia. Uma dia destes tenho que fazer um post a sério sobre o Panorama e sobre o Leonel Pereira, que é sem dúvida um dos melhores chefs portugueses. Como não comi lá vou deixar só as fotografias. Só um reparo, 22 palavras e 127 caracteres para dar nome a um prato é um bocadinho demais... Não há cenouras biológicas que compensem a pegada ecológica de um nome destes... Nem sequer cabe numa linha do blog... :)
Gaspacho de melancia com morangos e parfait de requeijão com aroma de menta
Salmão marinado e cristalizado com citricos sobre clorofila, pontas de espargos brancos e tomate cherry
Filete de corvina azul sauté com crosta de broa e azeitonas pretas sobre migas de camarão e cenouras BIO
Lombinho de porco Bísaro cozinhado em baixa temperatura sobre um xarém de milho com sabores de Bulhão Pato Jus leve de coentros
Pina colada, sorvete de tangerina e sabor sólido de chocolate
Tágide
A noite começou com uma Sovina Indian Pale Ale. A Sovina é uma cerveja artesanal feita no Porto pelos Três Cervejeiros. A Três Cervejeiros é uma empresa de venda de produtos para a produção de cerveja caseira que é possível encomendar através do seu site. Recentemente começou a produzir e comercializar uma cerveja própria. O Tágide no seu Wine & Tapas Bar têm lá à venda e eu aproveitei para provar.
Bouillon de legumes, perfumes asiáticos com sarda
Azeitão sobre olho perdiz assada, cremoso de tomate
Peixão dos Açores (Agoraz) sobre arroz malandrinho de gambas e espargos
Supremo de pintada recheada com queijo de cabra, puré de ervilhas com hortelã
Torta de cenoura, gelado de gengibre sobre mousse de chocolate
O menu organizava-se num 2-2-2 clássico. Achei as entradas entradas interessantes e o Bouillon de Legumes pareceu-me mesmo o melhor prato apesar de só o ter provado pois escolhi o azeitão. A fotografia do azeitão prova que não preciso do Instagram, o meu Nokia 5530 estraga as fotografias igualmente bem (ou mal...). Pensei que o azeitão tinha carne mas o olho-de-perdiz era uma batata olho de perdiz coberta com queijo de Azeitão. Era um prato interessante que fazia lembrar tomatada, mas senti a falta de um pouco de carne. Nos pratos principais entrou-se num registo de confort food com quantidades generosas e sabores interessantes mas relativamente clássicos. Gostei do gelado de gengibre.
Mais por gula do que por fome metade do grupo do jantar foi comer uma 2ª sobremesa:
E declara-se a época aberta na Adega do Atum com a última travessa saída da cozinha precisamente à meia-noite...
Pedro e o Lobo
Este ano a Restaurant Week coincidiu com o aniversário da Ana. A Ana já tinha decidido que iriamos jantar no Pedro e o Lobo na véspera do seu aniversário e com a Restaurant Week decidiu que mais valia aproveitar a oportunidade. Tínhamos alguma expectativa acerca do Pedro e o Lobo. Têm-se ouvido dizer coisas boas dele e aparentemente está mesmo na moda sendo reputado como restaurante trendy. As reservas para a Restaurant Week eram em dois turnos: um às 20h e outro às 22h. Eu não sou grande fã de turnos duplos mas lá estávamos à porta às 20h...
Começou tudo mal... Vou tentar ser sucinto para não correr o risco de me tornar mesquinho. Quando chegamos o nome da Ana não estava na lista de reservas e com a casa cheia num Sábado à noite tememos o pior... Dadas as circunstancias e a ocasião ficamos um pouco desagradados com a situação. Mas a coisa até se resolveu rapidamente e também rapidamente teríamos posto tudo isto para trás das costas. Mas quando nos indicavam a mesa foram feitos alguns comentários, numa aparente tentativa de justificar a situação, que nos pareceram desadequados. Assim segundos após nos termos sentado o nosso estado de espirito para a refeição era: "Ok... Então vamos lá ver se voltamos a por cá os pés"...
Cogumelos Paris, alho assado e salada de ervas frescas
Salmão braseado, puré de chuchu e miso, algas e cenouras
Meloso de novilho, couscous, hortelã e amendoim, pepino e iogurte
Terrina de morangos e roiboos, creme chiboust e pavlova de cardamomo
O menu era constituído por 1 entrada, 2 pratos e 1 sobremesa. A entrada estava muito bem conseguida com os cogumelos crocantes a ligarem muito com as ervas frescas. Ingredientes simples mas muito bem trabalhados. Seguiu-se o prato principal em que eu comi a carne e a Ana o peixe. O novilho e os cuscuz estavam também muito agradáveis em que a frescura e leveza do cuscuz equilibrava a maior intensidade do novilho. Achei que se a quantidade de cuscuz fosse um pouco maior o prato ficaria mais equilibrado. Com o salmão passava-se algo semelhante estava bastante bom mas parecia beneficiar com uma quantidade maior de algas. A sobremesa tinha sabores e texturas muito interessantes embora o conjunto não me tenha parecido completamente ligado. No geral pratos muito interessantes, bem conseguidos e sem entrarem em clichés. O serviço foi competente e eficaz tendo conseguido cumprir os timings de um serviço em turnos duplos sem ter que apressar o serviço para libertar a mesa. Foi a primeira vez que um serviço em turnos duplos me correu bem... Tudo isto acabou por redimir aqueles 5 minutos iniciais mas, como diria o outro, não havia necessidade...
Casa da Dízima
No dia de anos da Ana fomos almoçar com a família à Casa da Dízima. Gostei bastante do espaço. O dia até pedia esplanada e teríamos ficado na esplanada do terraço do edifício mas a mesa disponível não tinha espaço para o Guilherme e ficamos na sala. O espaço é bastante agradável resultando do restauro do edifício histórico que dá nome ao restaurante.
Risotto de Queijo de Cabra Frito sobre Compota de Pimento Vermelho e Folhagem
Bombons Crocantes de Farinheira, Grelos e Batata-doce
Lombo de Salmão corado em Azeite de Crustáceos sobre tenros espinafres e Risotto de Tangerina
Naco de Cachaço de Porco Preto Migas de Batata com Alheira e Grelos salteados
Folhado Estaladiço de Maça Caramelizada com Gelado de canela
O menu era constituído por 2 entradas, 2 pratos e 1 sobremesa. As entradas eram bastante interessantes pegando em ingredientes tradicionais e apresentando-os de uma maneira criativa. O prato a que chamaram risoto tinha característica interessante de serem uma espécie de bolinhos de arroz revelando-se uma entrada bastante interessante. Nos pratos entrou-se num registo mais clássico com quantidades generosas mas incluindo alguns apontamentos criativos. De destacar o serviço bastante presente e solicito e a carta de vinhos que disponibilizava uma lista bastante grande de vinhos que parecem resultar de uma escolha criteriosa. Acabei por escolher das sugestões da semana que incluíam o vinho austríaco Johann Mullner Gruner Veltliner e o vinho tinto argentino Crios de Susana Balbo Torrontés ambos por 18€ a garrafa e que acabaram por ser as nossas escolhas.
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