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Encerramento do Bocca

No passado Sábado encerrou portas um dos melhores restaurantes de Lisboa. Eu terei sido um dos seus piores clientes pois comi lá duas vezes e só paguei meia... Eu explico... A Ana já tinha lá ido por ocasião de uma Lisboa Restaurant Week, a primeira e acho que foi a única em que o Bocca participou. Andávamos para lá ir quando ainda antes do Guilherme nascer ganhei um jantar para dois numa iniciativa do blog Eu Sou Gourmet. Há cerca de um ano atrás voltamos lá por ocasião de uma promoção 2por1 da Timeout. Desde que criei o blog que ando para escrever qualquer coisa sobre o Bocca mas a minha intenção seria escrever qualquer coisa quando lá voltasse. Nunca pensei que não tivesse a oportunidade de lá voltar... Durante este quase ano de blog escrevi aqui, ali e acolá algumas coisas sobre o Bocca mas ficou por escrever um artigo totalmente dedicado ao Bocca. Será já um pouco tarde demais mas aqui ficam algumas memórias...

A iniciativa do Vicente Themudo de Castro no seu blog Eu Sou Gourmet que me proporcionou a minha primeira visita ao Bocca consistia combinar vinhos do produtor Pinhal da Torre com pratos da carta do Bocca. Eu não conhecia nem uns nem outros mas não custava nada tentar...

As combinações que fiz foram:
3 Ostras do Sado - Vinha do Alqueve Rosé
O borrego e os figos secos - Quinta do Alqueve Tradicional Tinto
O tomate, as framboesas e o requeijão - Quinta do Alqueve Colheita Tardia

Passados uns dias recebi um mail do Vicente Themudo de Castro a dizer-me que tinha ganho... Marquei com o Pedro Aragão Freitas o dia em que lá iriamos. Diga-se que as escolhas que fiz tinham algo de irônico... Uma quase private joke partilhada com a Ana. Eu nem sou dos maiores fãs de ostras, a Ana é que é. Mas a Ana estava grávida e não podia comer ostras... O borrego não é a minha carne favorita mas gosto muito de figos... A Ana gosta muito de borrego mas não gosta muito de figos...

A primeira combinação não resultou como esperava. Era um rosé com um perfil mais doce e com menos acidez do que eu esperava. Era um bom rosé mas a ligação com as ostras (que estavam ótimas) não era ótima. Para a Ana foi sugerido um prato diferente devido a não poder comer ostras. Confesso que não me recordo que prato era... Já no prato principal a ligação era bastante boa mas por sorte... Pensei que o prato seria um pouco mais pesado e que o vinho tivesse mais fruta madura. Mas não, o prato era surpreendentemente leve para um prato de borrego e figos e o vinho tinha uma boa acidez que combinava bastante bem com o prato que agradou a ambos. Na sobremesa não houve grandes surpresas, os late harvest combinam quase sempre bem com sobremesas com fruta que não sejam excessivamente doces como era o caso.

Da outra vez que lá jantei aproveitamos um 2por1 da TimeOut para provar o menu de degustação “Nas Calmas” que era constituído por:

Amuse-bouche do Chef
O Salmão, a Maçã Granny Smith e as Ervas Finas
O Pato Mudo e o Ananás de São Miguel
O Pregado, o Pinhão e o Mexilhão
O Arroz Doce

Eu optei por acompanhar o menu pelo suplemento de vinhos do menu enquanto a Ana bebeu alguns dos vinhos do dito suplemento a copo. Um menu bastante bem conseguido e consistente. Quando se olha para este menu uma coisa que salta há vista é o facto de aparentemente o prato de peixe ser antecedido por um prato de carne. Só quando o pato chega à mesa em forma de carpagio é que se percebe a razão para tal... No final, o arroz doce, que numa interpretação moderna de um clássico que muito prezo, prestava uma honrosa homenagem a este.

Nesta segunda visita fomos acompanhados durante a refeição pelo escanção da casa, o Ricardo Morais, que nos acabou por dar um acompanhamento especial quando percebeu a nossa paixão pelo vinho, isto sem prejudicar o atendimento das outras mesas da sala. Diga-se que o serviço de vinhos era um dos pontos fortes do Bocca, tendo na carta vinhos bastante interessantes e uma equipa sempre disposta a sugerir boas combinações com os pratos. Notava-se que havia paixão pelo vinho e das duas vezes em que lá estive a conversa rapidamente se perdeu pelo vinho fora. Foram dois jantares que ficaram na minha memória e que esperava ter a oportunidade de repetir.

A última vez que tive a oportunidade de provar comida do Bocca foi no Peixe em Lisboa e são daí as duas fotos com que ilustrei este artigo. Mais uma vez não me desiludiram como podem ter lido aqui e ali.

O Xerém de Berbigão do Bocca


A Rabanada do Bocca

A restauração lisboeta fica mais pobre com este encerramento mas como todos os fins são feitos de novos começos, desejo boa sorte a toda a equipa do Bocca nos seus projetos futuros. Irei estar atento a novos projetos do Pedro Aragão Freitas (o dono), do Alexandre Silva (o chef) e do Ricardo Morais (o escanção). Se tiver a oportunidade farei questão de (a)provar esses novos projetos.

Cozinha Com Ciência e Arte - www.wook.pt

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