Há duas variedades principais de cervejas de cervejas de trigo: as cervejas de trigo de estilo alemão (weissbier ou weizenbier) e as cervejas de estilo belga (witbier ou blanche). As alemãs tradicionalmente usam uma mistura de malte de trigo e de malte cevada e as belgas usam também trigo não maltado tendo como principal caraterística distintiva a utilização de coentros e casca de laranja para aromatizar a cerveja. Normalmente as cervejas de trigo são turvas por não serem filtradas embora existam também cervejas de trigo filtradas como as kristallweizen.
Eu sou um grande apreciador das cervejas de trigo. Por não ser muito fácil encontra-las em Portugal sempre que tenho possibilidade de as beber não perco a oportunidade. A primeira vez que provei uma blanche terá sido em Bruxelas e dado que as witbiers ou blanches também são conhecidas como Blanches de Bruxelles foi um sítio bastante apropriado para provar este estilo de cerveja. A cerveja que provei nessa altura era aquela que deverá ser a mais antiga e conhecida blanche de todo o mundo, a Hoegaarden.
Hoegaarden é uma localidade belga perto de Leuven que é conhecida pelas suas witbiers desde a idade média. Em meados do século passado a witbier quase esteve extinta comercialmente quando fechou a última cervejeira de Hoegaarden em 1957. Passados 8 anos alguns habitantes da localidade decidiram ressuscitar a sua cerveja segundo as receitas tradicionais e foi criada a Hoegaarden. Os anos 80 foram determinantes para a expansão deste tipo de cerveja quando se tornou a cerveja preferida da comunidade estudantil belga. Atualmente este tipo de cerveja é produzida e consumida por todo o mundo.
É habitual as blanches serem servidas e bebidas com uma rodela de limão. Isto de por limão na cerveja não parece muito macho (a não ser que estejamos a falar da Corona) mas garanto-vos que sabe bastante bem.
De vez quando, reencontro-me com as blanches, a Hoegaarden até se encontra nos supermercados do El Corte Inglés, nos bares não é fácil de encontrar. É mais difícil de encontrar as blanches que as weissbiers alemãs que são relativamente comuns em qualquer hipermercado e habituais em sítios como a Lusitana ou a Republica da Cerveja. O único sitio em que eu consegui beber blanche de pressão em Portugal foi no Frog Pub do Parque das Nações que abriu após a Expo 98 e que infelizmente fechou já há alguns anos. Foi lá que vi a final do Euro 2004 com umas blanches a acompanhar. Eu sei, se calhar se tivesse ido para a Portugália beber imperial preta a coisa tinha corrido melhor... Mas há uns dias até acompanhei o Portugal - Espanha com Conde d'Ervideira Reserva Tinto 2010 e o resultado não foi muito melhor...
Tudo isto para falar da Kronenbourg 1664 Blanc... Há umas semanas atrás estava em Toulouse a comer um hamburguer e a beber uma Guinness num pub irlandês e ouvi a palavra Blanche a ecoar pela sala. Não resisti em pedir e trouxeram-me uma Kronenbourg 1664 Blanc. Uma blanche muito interessante pois é aromatizada com limão tendo um aroma cítrico muito agradável. Fiquei feliz por ter voltado a beber uma blanche. Fico feliz com pouco...
Enquanto pesquisava para este artigo descobri que há um Frog Pub em Toulouse... Quando voltar a Toulouse tenho de ir lá beber uma cerveja.
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