O projeto Harmonias Comprovadas pretende reunir num livro cerca de 50 provas de harmonização entre vinhos e pratos tradicionais portugueses divulgando os pratos, os vinhos e os restaurantes. Para cada prova é reunido um grupo de cerca de 20 pessoas de origens diversas, uns com ligações profissionais aos vinhos e outros sem qualquer ligação. Este grupo não é fixo variando de prova para prova.
Para esta prova não se tinha conseguido garantir a presença de um número suficiente de jurados e a Alexandra Maciel que está à frente deste projeto pediu ao Nuno para ver se conseguia arranjar mais uns jurados. Inicialmente pensei que seria difícil irmos por causa do Guilherme mas conseguimos organizar a logística para que a avó ficasse com o Guilherme e assim podermos ir.
Nesta prova o prato foi Arroz de Línguas de Bacalhau e realizou-se n'A Casa do Bacalhau no Beato. Não conhecia este restaurante. É um espaço muito agradável que faz parte do Palácio do Duque de Lafões, onde diz-se que seria a cavalariça. Neste restaurante a estrela principal é o bacalhau em variadas declinações, umas mais clássicas, outras menos. Será um local a regressar para (a)provar os outros pratos da carta.
Estas provas realizam-se normalmente em dois painéis com seis vinhos cada em que é servido uma dose do prato a harmonizar com cada painel. Os vinhos são servidos em prova cega em copo pretos de modo tentar reduzir o impacto de preconceitos acerca do tipo de vinho mais adequado para acompanhar cada prato. Os vinhos são pontuados por cada jurado numa escala de 0 a 20 em que deverá avaliada a adequação da combinação entre o vinho e o prato ao invés da qualidade intrínseca do vinho. As melhores combinações resultarão da soma das classificações dadas por cada um dos jurados.
O arroz de línguas de bacalhau estava bom em termos de tempero embora o arroz pudesse estar um pouco mais cozido, em especial o que acompanhou o segundo painel. Quando se faz uma quantidade maior de um prato que normalmente se faz em dose individual os tempos de cozedura alteram-se e poderá ter sido essa a razão para isto ter acontecido. Tirando este revés tudo o resto estava bastante bom.
Estavam a prova 3 vinhos brancos e 9 tintos:
Vila Santa Reserva Branco 2010
Vinha da Malhada Branco 2011
Colheita do Sócio Reserva Branco 2010
Sagrado Tinto 2008
Chão das Rolas Tinto 2010
Quinta da Viçosa Tinto 2009
Herdade da Comporta Tinto 2008
Arundel Petit Tinto 2009
VT Tinto 2007
Mutante Tinto 2007
Francisco Nunes Garcia Reserva 2005
Convento da Tomina Tinto 2009
No geral achei que os brancos resultaram melhor que os tintos e acabou por ser um branco a obter a melhor classificação secundado por dois tintos. A minha avaliação divergiu um pouco da avaliação da maioria tendo eu colocado 2 brancos nas posições cimeiras e um tinto em terceiro não sendo nenhum deles os escolhidos pela soma das classificações de todos os jurados. Os meus escolhidos foram:
Vinha da Malhada Branco 2011
Vila Santa Reserva Branco 2010
Mutante Tinto 2007
Os escolhidos pelo cúmulo das classificações de todos os jurados foram:
Colheita do Sócio Reserva Branco 2010
Chão das Rolas Tinto 2010
VT Tinto 2007
Eu até gostei destes vinhos mas pareceram-me que se impunham demasiado tirando protagonismo ao prato. Provavelmente terei sido um pouco severo na minha classificação.
Para mais informações sobre este projeto podem visitar o blog do projeto ou contactar a Alexandra Maciel (contacto no blog). O painel de jurados é normalmente formado por convite mas é possível qualquer pessoa participar mediante inscrição com um custo de 25€.
Antes do final do dia tive a confirmação que este se tratava de um dia invulgar quando um amigo meu, compositor, me ligou para que o ajudasse numa peça de música eletroacústica... Note-se que eu não percebo muito de música...
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