O chef Luís Figueiredo é do Barreiro como eu, andou na minha escola secundária e foi colega de turma da Ana. Somos amigos. Pelo facebook perguntámos-lhe se iria estar no Peixe em Lisboa com a Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa e por coincidência iria lá estar a dar uma aula de cozinha precisamente no dia da nossa peregrinação. O chef Luis Figueiredo passou por alguns restaurantes e hotéis de Lisboa e arredores mas há um ano e tal, se a memória não me atraiçoa, teve a oportunidade de responder a um apelo que, julgo, já ter há algum tempo: o ensino. Pelo que tenho acompanhado à distancia as coisas têm corrido bastante bem para o Luís e certamente continuarão assim. Já agora, é possível comer no restaurante de aplicação da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa um menu de 5 pratos por 15 € incluindo aperitivo, água, um copo de vinho e café.
A aula estava marcada para as 13h e o chef Luis Figueiredo preparou com mais três alunos da escola uma Cavala Braseada. Teria uma certa piada que o Luis tivesse preparado carapau em vez de cavala... Mas a cavala estava bastante boa ainda aprendi como brasear um filete de cavala sem o cozinhar demais.
A Cavala Braseada da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa
Terminada a aula do chef Luis Figueiredo fomos buscar alguns pratos aos restaurantes para completar o almoço. Eis o que escolhi:
A Sopa de Santola do Nobre
O Naco de Atum do G-Spot
Entre outras coisas andava também isto a passear pela mesa:
Os Búzios da Tasca do Joel
Às 15h era a hora da prova comentada com o Domingos Soares Franco mas devido a um imprevisto a prova foi alterada para as 17h. Isso colocou-nos na contingencia de ter optar entre esta prova e aula da Anna Lins. Depois de uma rápida sessão do comité gourmet decidimos optar pela prova comentada. Alguns dos nossos companheiros de luta nunca tinham participado numa prova comentada de vinhos e as harmonizações mais tarde incluiriam certamente comida de inspiração japonesa pelo que foi a aula com a Anna Lins que foi sacrificada.
Aproveitamos para comer a sobremesa e para dar uma volta pelos stands gourmet. A sobremesa no Peixe em Lisboa passa quase sempre por um gelado da Ice Gourmet do chef Bertílio Gomes que mais uma vez estava por lá. Aproveitei para provar mais uns vinhos da Quinta do Rol que têm uma gama de produtos muito interessante, com espumantes, brancos muito interessantes, tintos incluindo um Pinot Noir e a incontornável aguardente DOC Lourinhã. São sempre de uma simpatia extrema comigo e aproveito sempre para voltar a provar os seus vinhos e a aguardente.
Ainda faltava algum tempo para a prova e tentámos encontrar um local para sentar. Não foi fácil, pois a RTP estava a transmitir em direto a partir do Páteo da Galé e a ocupar metade da área normalmente reservada às mesas. Eu até concordo que a promoção que a RTP fez neste dia ao evento e ao peixe português foi um verdadeiro serviço público. Mas para quem estava no evento acabou por se tornar um inconveniente devido ao espaço que ocupou e restrições que impôs à circulação no espaço. Mas adiante... Havia uma sobremesa que eu queria provar. Fui buscar um pouco de Moscatel Roxo da Bacalhôa à zona dos stands gourmet para acompanhar isto:
A Rabanada do Bocca
Seguiu-se então a prova comentada de vinhos da José Maria da Fonseca do Douro, Alentejo, Setúbal e Moscatéis. Eu já tinha uma ideia do me esperava pois tinha feito uma prova parecida com esta à 2 anos e desde a 2ª edição do Peixe em Lisboa que faço pelo menos uma prova com o Domingos Soares Franco. As provas comentadas com o Domingos Soares Franco são sempre uma experiencia enriquecedora pelas histórias associadas a cada vinho que este nos conta. Já tinha ouvido da boca dele a maioria das histórias que contou mas há sempre uma história ou um pormenor novo. Mas nem mesmo eu estaria preparado para a dimensão que esta prova viria a ter: quase 2 horas, 12 vinhos em 2 painéis, quase todos os topos de gama da José Maria da Fonseca e a terminar com Alambre 20 anos e Moscatel Roxo 20 Anos...
Os vinhos provados foram:
DSF Verdelho 2011
Pasmados Branco 2008
José de Sousa Mayor 2008
FSF 2007
Domini Plus 2008
Periquita Superyor 2008
Hexagon Magnum 2005
J de José de Sousa 2009
DSF Moscatel de Setúbal 1998
DSF Moscatel Roxo 2003
Alambre Moscatel de Setúbal 20 Anos
Moscatel Roxo 20 Anos
Um dos vinhos que nunca tinha provado e que seduziu bastante foi o J. Os vinhos de talha feitos pela José Maria da Fonseca na Adega José de Sousa sempre me seduziram bastante desde que os provei pela primeira vez há uns anos atrás e esta nova encarnação reforça ainda mais a minha atração por estes vinhos. Quando a prova terminou juntamos o que nos tinha sobrado de Alambre 20 anos e Moscatel Roxo 20 Anos em 2 ou 3 dos nossos copos para apreciar calmamente enquanto esperávamos pela harmonização. Seria um crime deixa-los lá ficar...
Seguiu-se a harmonização com vinhos da José Maria da Fonseca feita pelo chef Cláudio Cardoso do Midori. O chef Cláudio Cardoso com 28 anos mas já com uma extensa experiencia profissional nacional e internacional foi escolhido pelo Penha Longa para reabrir o restaurante Midori. O chef Cláudio Cardoso já tinha trabalhado durante 3 anos no Midori e optou nesta reabertura por dar um cariz menos tradicional ao restaurante. O resultado é a utilização de técnicas de base japonesas adaptadas ao gosto português e incorporando alguns ingredientes portugueses. A minha expectativa, tendo em conta outras harmonizações em que participei, era que fossem servidas 3 ou 4 degustações de pratos para harmonizar com os vinhos. Qual foi a minha surpresa quando percebi que nos iriam ser servidos 6 pratos numa espécie de menu de degustação do restaurante Midori...
Os pratos e vinhos harmonizados foram:
Gyoza + Domini 2008
Tempura Portuguesa + Periquita Reserva 2008
Sashimi de peixe à linha dos Açores + Quinta Camarate branco seco 2010
Mango Skin Cheese + DSF Colecção Privada Verdelho 2011
Korokke de Leitão de Negrais sobre Caril Japonês + Lancers Espumante Bruto
Castela e Chocolate Branco + DSF Colecção Privada Moscatel de Setúbal 1998
Aqui ficam três dos pratos, pois para os outros só me lembrei de tirar a fotografia quando já era tarde demais...
O Sashimi de peixe à linha dos Açores do Midori
O Mango Skin Cheese do Midori
O Korokke de Leitão de Negrais sobre Caril Japonês do Midori
Foi o culminar de um dia em que tudo o que provei estava muito bom. Os meus colegas de luta ainda foram buscar mais umas coisas aos restaurantes para terminar o jantar. Eu limitei-me a comer um dos Pirolitos do G-Spot que dividimos. Pena que a bateria do meu telemóvel já tivesse morrido pois os Pirolitos do G-Spot mereciam mesmo uma fotografia.
A minha fé no Peixe em Lisboa saiu mais uma vez reforçada.
Sem comentários:
Enviar um comentário