Realizou-se no Campo Pequeno a primeira edição do Mercado de Vinhos. Este evento pretendia dar a provar vinhos e produtos regionais havendo de possibilidade de adquirir estes produtos no local. O evento realizou-se entre dia 1 e 4 de Novembro e aproveitando estar de férias no dia 2 aproveitei para passar por lá. Foi uma passagem na verdadeira aceção da palavra pois não me terei demorado mais de 3 horas.
A entrada era gratuita sendo opcional a compra de um copo para as provas. Era possível comprar um Din Sensus da Schott Zwiesel por 3€ ou copo de plástico por 1€. Já falei aqui do Din Sensus que é um copo que segue o standard alemão (DIN) para copos de prova de vinhos. Durante muitos anos foi o copo mais habitual neste tipo de eventos, tendo só sido substituído no Encontro com o Vinho e os Sabores há um ou dois anos. Atualmente os apreciadores de vinhos parecem preferir copos um pouco maiores e eu próprio habituei-me a copos um pouco maiores. Mas estes não deixam de ser copos bastante versáteis e adequados a eventos de prova como estes. Fiquei na dúvida se a possibilidade que a organização deu de se poder optar por um copo de plástico por apenas 1€ terá sido ou não uma boa decisão. Se por um lado permitiu a participação de leque mais abrangente de público, por outro lado não me pareceu que fosse esse o público alvo do evento e dos produtores.
Devido ao reduzido custo de entrada e à centralidade da localização do Campo Pequeno, o Mercado de Vinhos tinha naquele dia um público bastante mais heterogêneo do que é habitual num evento de vinhos. Assim via-se lá por entre outros estereótipos mais ou menos coloridos, a matriarca das avenidas novas já a preparar as compras de Natal, o turista meio perdido que descobre o evento por acaso e aproveita a ocasião para provar uns vinhos e o adepto do copo de três com seu copo de plástico em riste. Ao menos não eram só enochatos... Não estava muito cheio e a circulação e acesso aos produtores era bastante fácil mas não sei como terá estado durante o fim de semana.
A possibilidade de comprar adquirir os produtos nas próprias bancas dos produtores tornou-se interessante e acabou por me ajudar a fazer a própria avaliação critica dos vinhos pois na decisão de comprar teremos de ponderar não só se gostamos do vinho mas também se o preço está ajustado à qualidade apresentada.
Naquelas 3 horas não deverei ter passado por um terço dos produtores e tentei ser muito seletivo naquilo que provava e nas bancas que visitava. Não terei provado muitos vinhos bons que por lá estavam mas como há sempre mais marés que marinheiros, ficarão para uma próxima oportunidade.
Mas já chega de viajar na maionese e vamos lá falar de algumas das bancas por onde passei e de alguns dos vinhos que provei. Não perdi a oportunidade para voltar a provar os vinhos de Colares que sempre me entusiasmam, tive uma conversa muito interessante com o produtor da Quinta da Boavista sobre os seus vinhos Torre de Tavares e que me reconciliou com a casta Jaen e provei os sempre interessantes vinhos do ensemble Young Winemakers of Portugal.
Alguns dos vinhos seduziram-me especialmente e acabei por comprar. Comprei da algarvia, Quinta do Outeiro, conhecida pela sua marca Paxá, o seu vinho tinto de entrada de gama, QO Tinto 2009. Esta era um dos produtores algarvios que tinha a curiosidade de provar mas não tinha tido a oportunidade durante as minhas férias no verão. Achei piada a este vinho por achar que tinha perfil muito engraçado para entrada de gama com umas notas a lembrarem café que achei bastante interessantes. Não foi o único vinho que provei nesse dia que me fez lembrar café. Tendo em conta que não tinha bebido café após o almoço se calhar até foi sugestão... Uma nota para o rótulo do QO, apesar de o achar esteticamente bastante apelativo pereceu-me pouco funcional, pois tive consultar o contra-rótulo para perceber que o vinho se chamava QO (de Quinta do Outeiro) e qual o ano de colheita que não aparece no rótulo. Talvez valesse a pena rever o rótulo para o tornar mais claro.
Comprei também o Ninfa Sauvignon Blanc 2011 da Sociedade Agrícola João Barbosa, que achei ser um branco muito interessante e com uma boa relação qualidade preço. Nos brancos comprei ainda o Monte Cascas Douro Reserva 2010, um monocasta de Rabigato que tinha umas notas iodadas mais habituais em vinhos provenientes de vinhas perto do mar e que o tornavam muito interessante. Os Monte Cascas são uma marca da Casca Wines que não tendo vinha própria produz vinhos em parceria com diversos produtores um pouco por todo o país.
E estava na hora de ir embora. Para a próxima há mais.
Viva
ResponderEliminarCheguei agora ao seu blog, e gostei bastante do modo como está estruturado, foge ao habitual com as várias secções a separar os temas. É uma pedrada no charco em termos do que costumam ser estes blogs.
Já coloquei um link no meu blog e verifiquei que tem um link para o meu (Krónikas vinicolas), só agradecia que actualizasse o endereço pois o anterior ficou inacessível, pelo que tivemos de criar uma cópia com outro endereço. Apenas mudou um "C" para um "K". Agora é Krónikas Viníkolas e o novo endereço é http://kronikasvinikolas.blogspot.pt/
Um abraço e boas provas.
Muito obrigado pelo comentário elogioso que me faz e espero no futuro poder continuar a ser merecedor destas palavras.
EliminarJá atualizei o link para as Krónicas Viníkolas. Periodicamente tento verificar todos os endereços mas nem sempre consigo faze-lo com a frequência desejável.
Um abraço