No final de Novembro realizou-se no Centro de Congressos de Lisboa o Bazar Internacional do Corpo Diplomático. Este é um evento de solidariedade promovido pela Associação das Famílias dos Diplomatas Portugueses. Eu e a Ana descobrimos o Bazar de Natal do Corpo Diplomático há 13 anos quando este se realizou no Pavilhão de Portugal no Parque das Naçoes. Andávamos por ali a passear e demos com o bazar por acaso. Na banca de cada país ou organização diplomática participante são vendidos as preços mais reduzidos produtos do país que são normalmente oferecidos às embaixadas e cujo resultado da venda reverte para instituições de solidariedade social escolhidas pela Associação das Famílias dos Diplomatas Portugueses.
Ora, muito interessante. Mas o que é que um Bazar de Natal têm a ver com vinhos e gastronomia? - perguntam vocês. Uma das coisas que acaba sempre por aparecer nas bancas de cada embaixada são vinhos ou outras bebidas e produtos alimentares do respetivo país. Foi num destes bazares que comprei pela primeira vez um Sauternes, foi também num destes bazares que conheci uma casta branca de que gosto muito: a Grüner Veltliner. E o moinho de café que aparece no infame artigo que descreve a minha psicopatia associada ao café também foi comprado num destes bazares.
Mas desta vez eu e a Ana excedemo-nos a um ponto que seria incontornável a sua referência. O resultado da nossa visita foram 6 garrafas de vinho, 2 sobremesas e mais algumas coisas de comer...
Assim ao passar pela banca do Luxemburgo comprei dois vinhos do Moselle Luxembourgeoise, um Château de Schengen Pinot Gris 2009 e um Domaine Thill Gewürztraminer 2009. Além de os brancos desta zona da Europa serem habitualmente bons, estas castas despertam-me sempre algum interesse. Na banca da Presidência da República comprei um Prima Facie Grande Reserva Tinto 2007. Este foi comprado porque não conhecia a marca mas sendo o ano 2007 um ano histórico no Douro achei que poderia valer a pena experimentar.
A paragem seguinte foi em França onde a Wine Time costuma estar presente desde há alguns anos. Foi lá que tinha comprado o Sauternes de que falo acima, um Château de Villefranche 2007 que bebemos em Maio com o Nuno e a Ema a acompanhar umas Túberas com Ovos. Teria preferido acompanhar com foie gras mas como o Nuno é não fã de foie gras optamos pelas túberas que tínhamos no congelador. Até não resultou mal. Desta vez no bazar até conversei um bocadinho com o Christophe Collas, que juntamente com a sua esposa criou a Wine Time e comprei um Château de Viaud-Lalande Tinto 2010 que é produzido por familiares do casal Collas. Segundo o Christophe está ainda um pouco novo e embora já possa ser bebido, o ideal, tendo em conta o historial das colheitas anteriores da casa, seria esperar 10 anos após o ano de colheita... 2020 portanto... Vamos lá ver se resisto a esperar mais 8 anos. O Christophe e a Isabel falaram-me ainda de um projeto na área do BYOB (Bring Your Own Bottle) que estão a preparar e que parece bastante interessante. Vou estar atento.
O stand da Áustria era um dos mais ansiados e veio a verificar-se com um dos que nos trouxe mais gratificação. De lá trouxemos o Laurenz V. Charming Grüner Veltliner 2008, um apfelstrudel e gelado de Morango e Papoila da Möo & You. Já tinha sido na banca austríaca que tinha travado conhecimento com um Grüner Veltliner deste mesmo produtor há um ou dois anos atrás e desde aí tornei-me fã desta casta. Obviamente, tinha que trazer este vinho para casa. Também já nos tínhamos cruzado com este apfelstrudel e fez uma ótima sobremesa para o almoço de família desse dia juntamente com o gelado da Möo & You. Bons gelados embora o sabor a sementes de papoila não me tenha cativado. Mas confesso que acho um pouco bizarro trazer gelados artesanais feitos na Áustria para Portugal.
A verdadeira pièce de résistance desse dia ainda estava por chegar. Um vinho branco vindo da Ilha do Fogo em Cabo Verde. Um Chã Vinho do Fogo Branco 2011. Muito bom - dizia-me a menina da embaixada de Cabo Verde. Ainda estou desconfiado. Mas não podia deixar passar esta oportunidade para provar um vinho de Cabo Verde. Veremos se é tão bom como me disseram.
Pelo caminho ainda comemos um Pastel de Belém e Pão de Queijo e compramos Queijo Vaquinha da Terceira e Chá de Jasmin da China. Obviamente, só por motivos de força maior é que não passaremos por lá de novo no próximo ano...
Desconhecia completamente este bazar Rui, muito interessante. Bebi esse Gruner há duas semanas e é um vinho fantástico, se não tiveres companhia para o abrires eu faço o sacrifício.
ResponderEliminarPara terminar, quem não gosta de foie não sei se merece viver :)
abraço!
:D
EliminarJá agora... Onde é que provaste o Laurenz V? Está à venda em algum sitio em Lisboa?
EliminarRui,
ResponderEliminarNo geral achei o Bazar fraquíssimo e nunca mais me vêem lá. Tirando o espaço da Wine Time que mesmo no bazar continua a praticar preços nada agradáveis é um espaço que parece um despejar de coisas que as pessoas têm lá por casa e não querem.
rlp
www.artmeetsbacchus.blogspot.com
Rui,
EliminarRespeitando a tua opinião, acho que estás a ser um pouco duro. Afinal de contas é um bazar em que normalmente os produtos são oferecidos às embaixadas ou são preparados pelo pessoal das embaixadas ou pelos seus familiares.
Concordo que têm lá muita coisa que não interessa mas normalmente encontro sempre alguma coisa que justifica a visita. Desta vez só pelo apfelstrudel, pelo Laurenz V e por ter a oportunidade de comprar um vinho de Cabo Verde valeu a pena e voltarei.
RBP