Quando ouvi falar dele a primeira vez foi numa apresentação feita na 2ª edição do Peixe em Lisboa. Nessa altura estava no Restaurante Club em Vila Franca de Xira, que se não estou em erro, terá sido o primeiro local onde liderança da cozinha esteve a seu cargo. Ficou-me na memória a apresentação sobre sável fumado que lá fez e apesar de o Henrique ser lisboeta com raízes alentejanas parecia bastante interessante a incorporação dos sabores e produtos ribatejanos que estava a fazer no Restaurante Club. Dadas as raízes ribatejanas da Ana ficamos com a vontade de lá ir. Mas antes de termos a oportunidade de lá ir o Henrique mudou-se para Lisboa onde abriu o Assinatura. Desde essa altura que temos provado com alguma frequência os pratos do Henrique, em especial em eventos. Veem-me à memoria o Espadarte e Ananás Marinados com Poejo que provei num Peixe em Lisboa e do Creme de Batata Doce com Coentros e Cavala que provei no Allgarve Gourmet, pratos que gostei especialmente.
O Henrique Mouro é um dos chefes mais interessantes a trabalhar em Lisboa e nesta gama de preço e qualidade não há neste momento muitos restaurantes em Lisboa. Lisboa ficou órfã do Bocca, que entre outros restaurantes, fecharam durante este ano e o Assinatura foi um dos que sobreviveu ao ano. O prognóstico até parece bom pois na 5a. feira em que lá fomos a casa estava bastante composta para meio da semana. Esperemos que 2013 não nos traga mais más notícias. Mas as coisas não têm estado prometedoras... Há uns dias hibernou o Tomba Lobos, que parece ir cruzar o oceano e ainda hoje foi anunciado o último Penalti (ex 2780 Taberna).
As Cantarelas à Brás
Os Ostra e as Ostras
4 de 4 formas diferentes
Espadarte e "asas de morcego"
Lactarius, arroz e leitão assado
Chocolate e todos num gelado
Um menu bastante bem conseguido onde a incorporação de diversas variedades de cogumelos silvestres nos pratos foi muito bem conseguida e até o gelado era de cogumelos. Gostei especialmente dos 3 primeiros pratos. Os Ostra e as Ostras, em forma de empada, destacou-se pela combinação improvável de ostras e de enchidos tradicionais portugueses. Os 4 de 4 formas eram quase como quatro pratos e levava-nos numa viagem por diferentes variedades de cogumelos confecionadas de diferentes maneiras. Nos pratos de peixe e de carne pareceu-me que, nos meus pratos, o ponto de cozedura ideal terá sido ultrapassado ligeiramente mas sem que isto prejudicasse em demasia os pratos. Mas poderá ser um preciosismo meu pois o resto da mesa não achou o mesmo.
Para acompanhar a refeição foi-nos sugerido um Quinta do Perdigão Alfrocheiro. Eu e o Jorge estávamos um bocado desconfiados pois parecia-nos que um branco poderia acompanhar melhor parte da refeição. Mas rapidamente percebemos que a sugestão tinha sido adequada. Ainda pedimos um copo de branco para acompanhar o peixe mas arrependemo-nos rapidamente pois mesmo com o espadarte o Quinta do Perdigão teria sido uma melhor opção.
Uma ótima refeição, em muito boa companhia.
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