Dirão vocês que deveria ter escrito isto mais cedo para que pudessem usar as minhas recomendações para ir às compras. Mas na realidade não são recomendações mas constatações daquilo que tinha guardado e estava a gritar para ser aberto neste Natal. Por esta altura já entrei em estágio pré-natalício e algumas das garrafas de que vou falar até já foram abertas e a maioria nem deverão estar disponíveis no mercado. Mais do que grandes vinhos o que gosto de beber e partilhar nestes dias são vinhos aos quais tenho ligações emocionais ou aqueles vinhos únicos pela idade ou pela originalidade. Mas se tiverem que comprar uma prenda de última hora ainda vão a tempo de seguir os meus conselhos do ano passado.
Não esperem ler aqui sobre os melhores ou mais famosos vinhos. São apenas os meus vinhos do Natal. Para perceberem a ideia, digo-vos que enquanto comecei a escrever isto estava a beber um Fontanário de Pegões Tinto 2005 que encontrei por aqui perdido na casa do meu pai e que me deu um imenso prazer beber, apesar de não passar de um vinho corrente que se escondeu por 7 anos, para neste dia me alegrar a noite. Nem sempre estas coisas correm bem mas às vezes corre muito bem.
Eu e Ana somos filhos únicos e os nossos pais dão-se bastante bem pelo que conseguimos o feito pouco habitual noutras famílias de juntar todos para a ceia e almoço de Natal. Ultimamente o Natal passa-se na casa dos meus pais perto de Vendas Novas e dependendo do dia da semana em que calha o dia Natal é normal chegarmos uns dias antes para fazer o estágio pré-natalício. Há umas semanas já os meus pais e os meus sogros se juntaram para fazerem o presépio que tem vindo sempre a crescer de ano para ano até este ano atingir proporções verdadeiramente insanas. Eu gosto muito desta altura do ano e de me sentar à mesa juntamente com a família para estas longas refeições. Para mim é um dos eventos gastronômicos mais importantes do ano. Raramente compro vinho de propósito para estas ocasiões e normalmente faço a minha seleção a partir do que tenho por casa.
Assim começando de uma forma um pouco dissonante, duas coisas que deverão passar pela minha mesa durante estes dias serão duas cervejas: A Estrella Damm Inedit de que falei à umas semanas e uma garrafa de Irish Stout caseira feita por mim. Pois é, sou mesmo um gajo estranho... Até faço cerveja em casa... Faço a partir de uns kits que se encontram à venda em lojas como Os Três Cervejeiros e que engarrafo em garrafas de espumante. Os Três Cervejeiros além de venderem produtos para a produção de cerveja caseira também produzem a cerveja artesanal Sovina que já mencionei aqui e ali. É uma maneira de ter cerveja melhor e diferente do habitual por um bom preço. Além disso é um hobby que me dá um certo gozo. Um dia destes escrevo qualquer coisa sobre isto.
Continuando num registo com bolhinhas, o inevitável Terras do Demo Espumante Bruto Branco voltará a fazer parte da minha mesa de Natal. Nos brancos, as minhas escolhas recaíram sobre os Serros da Mina Viogner 2011 que veio da minha visita à Herdade Das Barras, o Monte Cascas Douro Reserva 2010, um monocasta de Rabigato que comprei na minha passagem pelo Mercado de Vinhos do Campo Pequeno e o Sogrape Reserva Branco 2001 que me chegou à mãos depois de uma viagem pelo vórtice temporal do Entroncamento. Um outro vinho que certamente passará pela mesa por estes dias será o Couteiro-Mor Antão Vaz pois o meu pai têm sempre por cá umas garrafas deste vinho, produzido aqui bem perto da casa dos meus pais com o qual tenho uma ligação muito próxima. Acabei por só trazer um rosé, o incontornável Domingos Soares Franco Colecção Privada Moscatel Roxo Rosé 2011.
Nos tintos tenho o Herdade das Barras Tinto 2003 do meu casamento do qual ainda tenho umas garrafas, o Quinta da Leda 2008 e o Borba Rótulo de Cortiça 1985 que comprei na Feira de Vinhos Antigos da GN Cellar. O João, o meu sogro, ainda trouxe mais umas coisas que tinha perdidas lá para casa como o Terras de Nóbrega Tinto 2000, um verde tinto que tenho alguma curiosidade em perceber se ainda estará bebível, um Borba Rótulo de Cortiça 2008, um Esporão Reserva 2009 e um Couteiro-Mor Reserva 2004.
No registo dos vinhos doces e generosos temos um Tawny Ferreirinha que terá passado umas décadas no armário da sala da avó da Ana e que me foi oferecido no ano que passou. É um Porto corrente, vamos lá ver como é que correu o "estágio em armário". Temos também o colheita tardia Alcubíssimo MMIX e ainda há por aqui uma garrafa de Porto não rotulado que só têm uma pequena etiqueta a dizer Porto 1993. Ainda não decidimos se a iremos abrir ou não. Para o estágio pré-natalício o João trouxe ainda um Bacalhoa Moscatel Roxo 2000.
Não sei se vamos conseguir beber tudo... Bem, com isto tudo fiquei com sede... Vou abrir a Irish Stout... Bom Natal.
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