Dizem que foi hoje que chegou o Verão a sério, para felicidade de uns e infortúnio de outros. Depois de semanas com o pessoal a queixar-se dos aguaceiros e que isto não era Verão nem era nada agora estão começar a queixas de que é calor a mais e que não se aguenta. Enfim... Eu sou um bocado fatalista nestas coisas do tempo, está calor porquê é altura de tempo quente, é assim... Fatal como o destino... Eu até gosto de tempo quente e não me irão ouvir a queixar-me do calor mas se caírem uns aguaceiros também aceitarei as vontades do São Pedro sem resmungar inutilmente.
Apesar de nessa semana os aguaceiros não se terem alheado da ocasião, foi num dia em que o Sol deu o ar da sua graça que o João Portugal Ramos apresentou o seu novo vinho no Estoril... não, no Portugal Open. Ainda não me consegui habituar à mudança do nome... Há uns anos atrás, a notoriedade que começou a ter o Vinho Verde em alguns mercados fora de Portugal, levou alguns clientes e distribuidores estrangeiros a começarem a pedir ao João Portugal Ramos que lhes fornecesse um Vinho Verde. Estes pedidos eram em geral respondidos com uma tentativa de explicar que o Vinho Verde é uma região e não um estilo de vinho e que a João Portugal Ramos Vinhos não estava a trabalhar nessa região e por isso não podia fazer um Vinho Verde.
Mas claramente havia aqui uma oportunidade para explorar e desde há uns anos que a João Portugal Ramos Vinhos iniciou um projeto na região do Vinhos Verdes, sediado em Monção. Os primeiros vinhos foram lançados em 2011 exclusivamente para o mercado americano. No ano passado quando se sentiu que já se tinha atingido um bom patamar de qualidade foi lançado em Portugal e no estrangeiro o João Portugal Ramos Alvarinho 2012. Este com o objectivo de se tornar uma referencia nos Vinhos Verdes Alvarinho. Mas só agora é que é lançado em Portugal um vinho de entrada de gama com um perfil semelhante àqueles que iniciaram o projecto e que até agora eram vendidos apenas fora de Portugal.
O João Portugal Ramos Loureiro 2013 pretende ser tudo aquilo que atrai nos Vinhos Verdes, vinhos frescos, leves, cítricos, pouco alcoólicos que tanto podem ser bebidos a solo na esplanada como a acompanhar uma refeição de Verão. Foge, no entanto, a alguns clichés menos interessante do Vinho Verde optando por um perfil moderno.
É rotulado como monocasta Loureiro mas têm cerca de 15% de Alvarinho a compor o lote e marcar alguma diferença. O critério legal para um vinho poder ser rotulado como monocasta é ter pelo menos 85% da casta que lhe dá o nome. Para muitos usar 15% de Alvarinho e depois chamar-lhe de Loureiro é um pouco enganador. A mim não é coisa que me incomode muito. Até porque segundo sei esta prática é bastante usada mas é raramente admitida enquanto aqui isto revelado abertamente sem qualquer tentativa de o esconder. Fico só na dúvida se deixar cair o nome da casta não seria mais ajustado em termos de marca para o segmento que se pretende atingir e se não daria mais flexibilidade para compor o lote no futuro. Mas provavelmente em mercados como o Estados Unidos o uso do nome da casta, mesmo de uma casta menos conhecida, pode ser uma vantagem comercial num mercado muito orientado para os monocastas.
O João Portugal Ramos Loureiro 2013 apresenta-se no copo amarelo pálido esverdeado levando ao nariz aromas cítricos e um pouco de relva. Na boca mostra-se cítrico, com um boa acidez e algum vegetal tudo combinado num conjunto pleno de mineralidade e frescura. Na altura pareceu-me ainda um pouco novo mas passados estes dois meses e meio isso já não se deve notar. Têm uma relação qualidade preço muito boa.
No Portugal Open foi usado para fazer uma versão especial de um risotto com courgete e camarão feito pelo chef Nuno Queiroz Ribeiro a que foi dado o nome de Risotto de Loureiro. Tal como fez boa companhia a este risotto, este João Portugal Ramos Loureiro 2013 será certamente um bom companheiro neste Verão. Faça o calor que fizer...
Olá!,
ResponderEliminarEu continuo a preferir um Rosé, para acalmar os meus calores de verão.
Gosto de o fazer acompanhar por Gambas e outras coisas que tais.
Dentro dos Rosés gosto do Versus Rosé.
Cumprimentos