Vocês já devem saber que sou um pouco psicopata no que ao café diz respeito. E se já o era, estou em vias de me tornar ainda mais depois de um mini workshop que fiz na Academia do Café onde deu para perceber que por muito que gostemos do nosso café, a maioria do café que bebemos é uma fraca imagem daquilo que poderia ser. Beber um café na Academia do Café muda completamente a nossa perspectiva do que é o café mesmo a mim que achava que sabia alguma coisa sobre café.
Mas se um dia destes tenho de escrever sobre a Academia do Café, hoje o assunto que me trás aqui é outro. Tendo-a conhecido à menos de 2 anos a Fátima Moura deu-me o privilégio da sua amizade e por isso tenho estado presente em algumas acções organizadas pela Fátima nos últimos tempos como a iniciativa Portugal de Norte a Sul que se tem realizado no Hotel Tivoli Lisboa sob a coordenação da Fátima. Recentemente pude estar presente no Palácio Sousa Leal para o lançamento do seu último livro que se chama Conversas de Café.
Tendo sido editado pelos CTT, este livro bilingue (Português e Inglês) contém informação sobre o café como produto, a sua história, o papel de Portugal no desenvolvimento da produção e indústria e o equipamento usado na sua produção, confeção e consumo. Um dos grandes focos do livro é a contribuição do Instituto de Investigação Científica Tropical para a indústria do café a nível mundial. Outro dos focos principais é dado a 3 famílias portuguesas, escolhidas pela Fátima com representativas dos produtores de café em Angola, São Tomé e Brasil. O livro pretende assim ser um testemunho de como o café, a sua produção e comercialização influenciou a vivência destas famílias e da sociedade portuguesa em geral.
Bastava ouvir o depoimento de Fernando Seixas, cuja família produziu café em Angola, e que ali estava numa representação não oficial dos produtores de café, para perceber que a Fátima fez bem o seu trabalho. Um depoimento carregado de emoções onde mais do que saudosismo se sentia alguma perda devido àquela riqueza ter desaparecido e, em particular no caso angolano, não ter podido ser continuada, mesmo que por outros, para contribuir para a riqueza do povo angolano. Sobressaía também a esperança desinteressada que um dia as roças angolanas pudessem voltar à glória que já tiveram e contribuir agora para o desenvolvimento de Angola. A Fátima sendo angolana de nascimento parece ter sabido capturar como ninguém esses sentimentos e o papel do café nessas famílias e na sociedade portuguesa em geral. O livro Conversas de Café encontra-se à venda nas estações dos CTT e na loja online dos CTT.
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