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Visita à Herdade das Barras

Como já tinha escrito aqui sou amigo da família proprietária da Herdade das Barras e há uns dias atrás o Pedro convidou-nos para irmos passar o dia com ele e mais uns amigos à herdade. A Herdade fica na estrada entre o Torrão e Vila Nova de Baronia e acabei por ir de véspera dormir à casa do meus pais em Vendas Novas e assim partimos a viagem ao meio de modo a ser mais fácil com o Guilherme.


A Herdade das Barras possui cerca de 535 hectares e situa-se no Alentejo, na freguesia de Vila Nova da Baronia, concelho de Alvito, inserida na sub-região vitivinícola da Vidigueira. A propriedade alberga dois montes alentejanos, o Monte das Barras e o Monte das Pedras composto por 3 casas separadas fisicamente que dá apoio à caça turística, uma barragem, um pinhal de pinheiros mansos com cerca de 38 hectares, uma vinha com castas tintas e outra com castas brancas, uma adega e um armazém de 950 m2, sendo o restante espaço destinado à caça e a parqueamentos para o pastoreio de gado bovino.


Já à algum tempo que não ia à Herdade das Barras e da última vez a equipa enológica era outra. Esta visita foi um almoço de amigos e não uma visita enoturistica mas (re)visitamos a adega e provamos cinco vinhos que ainda não estão no mercado. Almoçamos na adega que além do espaço onde é feita a vinificação e estágio dos vinhos, tem um laboratório, o escritório, sala de reuniões, loja e um espaço para realização de eventos com espaço para a instalação de uma cozinha industrial. A adega foi construída de raiz e pensada para servir de suporte não só à componente enológica mas também à componente enoturística. A adega tem uma capacidade muito além da atual produção da herdade e uma das apostas atuais é a prestação de serviços de adega a outros produtores sem adega própria. Foi pena que o dia estivesse um pouco chuvoso não permitindo uma visita à vinha.


O nosso almoço foi uma espécie de churrasco feito com carne produzida na própria herdade que além da componente vinícola têm uma componente pecuária que já existia aquando da plantação da vinha. O almoço foi acompanhado por Serros da Mina Tinto 2007 que se encontra atualmente no mercado e pelo Serros da Mina Branco 2011 que já está engarrafado mas ainda está por rotular e obviamente não se encontra no mercado. O Serros da Mina Branco 2011 é um monocasta Viogner. Eu tenho alguns preconceitos acerca da casta Viogner e em especial em relação Viogner plantado no Alentejo. Pelo que me dizem o Viogner é uma casta difícil que no Alentejo amadurece cedo e muito rapidamente e nem sempre é fácil não deixar amadurecer demais a uva. E quando amadurece demais marca demasiado os vinhos deixando-os um pouco enjoativos e pesados. Há quem goste de vinhos com este perfil mas não é o meu caso. Até agora um dos poucos Viogners que tinha bebido que me tinha agradado era o Madrigal da Quinta Monte de Oiro. Ora este Serros da Mina Branco 2011 revelou-se uma boa surpresa com uma boa acidez e bastante fresco. Não deve ser bebido demasiado fresco sendo a sua temperatura ideal um pouco acima do normal nos brancos. Se o preço habitual dos vinhos da gama do Serros da Mina for mantido, este branco terá uma relação qualidade preço muito boa.


Provámos também dois tintos das gamas Unique e Serros da Mina que tinham sido loteados há pouco tempo e ainda se encontravam nos depósitos por engarrafar. O Unique era já da colheita de 2011 (se a memória não me atraiçoa) mas já se encontrava em perfeitas condições para ser consumido. É um típico vinho alentejano frutado e jovial. Também deverá apresentar uma boa relação qualidade preço. O Serros da Mina Tinto 2008 é um vinho mais complexo e interessante como aliás seria de esperar pelo seu tempo de estágio. Apesar da sua idade preserva uma boa frescura encaixando perfeitamente no perfil e preço habitual no Serros da Mina.

Os outros dois vinhos que provamos foram o Herdade das Barras Tinto 2008 e uma novidade que ainda não têm nome definitivo mas poderá chamar-se qualquer coisa como Herdade das Barras Grande Escolha 2008. O primeiro prossegue o perfil e nível qualitativo dos anteriores Herdade das Barras. Pareceu-me ter um pouco menos de madeira que em anos anteriores o que me agradou. No Escolha (vou chamar-lhe assim para abreviar) nota-se uma presença maior de Cabenet Sauvignon no lote e nota-se que deverá ter uma maior longevidade devido à estrutura que apresenta. Está pronto a beber mas eu ainda o deixava uns meses a estagiar em garrafa. Como referi anteriormente parece ter um potencial de envelhecimento maior que o Herdade das Barras embora este também se deva aguentar por longos anos.

Destas novidades os de 2011 já terão sido totalmente feitos pela nova equipa enológica enquanto nos de 2008 a vindima foi feita pela equipa anterior e o loteamento pela atual. Parece notar-se a marca da nova equipa de enologia embora o perfil dos vinhos da herdade tenha sido mantido. Pessoalmente agradou-me o menor peso de madeira no lotes e no geral uma maior frescura do vinhos.


Na adega é possível comprar e provar os vinhos da herdade, podendo ser organizadas visitas à adega e à vinha devendo para isso ser efetuada marcação prévia.

Na zona de Lisboa os vinhos da Herdade das Barras encontram-se disponíveis em diversas lojas e garrafeiras, com destaque para o El Corte Inglés. É também possível encomendar online à caixa ao seu distribuidor em Lisboa no site deste.


Papa Quilómetros - www.wook.pt

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