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Da Cozinha do Joe Best

Depois da luta que foi o #daowinelover Private Cellar ainda tínhamos que ir jantar à cozinha do Joe. O Jorge tinha por cá o Filipe, que já tinha estado connosco ao almoço, e decidiu organizar um jantar para leva-lo a provar a comida do Joe.

Da Cozinha do Joe Best - reservarecomendada.blogspot.pt

O Joe Best é um autodidata que trabalhou em diversos restaurantes e depois de trabalhar durante alguns anos na Jeronimo Martins saiu para iniciar um projeto em Angola que não chegou a concretizar-se deixando-o sem emprego. No próprio dia em que este projeto terminou e ficou desempregado decidiu começar a trabalhar por conta própria e criou o projecto DaCozinha prestando um conjunto de serviços como supper clubs, serviço de chef em casa, as aulas de cozinha, criação de eventos e outros serviços de consultadoria gastronómica.

Apesar de não conhecer o Joe pessoalmente já me tinha cruzado com ele pelas redes sociais e durante algum tempo até o seguia no Twitter mas ele twitava tão furiosamente que acabei por o deixar de seguir pois não conseguia acompanhar a sua timeline. A sua atividade frenética nas redes sociais combinada com a qualidade do seu trabalho deu-lhe grande visibilidade sendo que mesmo em tempos de crise é difícil encontrar datas disponíveis na sua agenda.

Eu e Ana já tinhamos tido um gostinho do trabalho do Joe nas tapas do Adegga Wine Market 2012 mas já andavamos à algum tempo com curiosidade de provar mais do trabalho do Joe. Quando chegamos tínhamos à nossa espera umas entradas para despertar o nosso apetite ainda adormecido em dia de #daowinelover Private Cellar. Eu sabia que o Joe é apreciador de boa cerveja e decidi levar uma das minhas cervejas que abriu adequadamente as hostilidades.
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À nossa espera tínhamos coisas como o Chevre com Creme Fraiche e Sucedaneo de Caviar, a Tempura de Camarão com Molho de Morango e os Jalapeños Recheados e Molho Tzatziki. Depois da cerveja continuamos com o Murganheira Cuvée Reserva Especial Bruto 2002 que o Filipe levou e depois com o La Chablisienne Chablis Premier Cru Fourchaume 2005 do Jorge. Este branco, apesar de ligeiramente acima da temperatura ideal, desempenhou muito bem a função.


Neste projeto Da Cozinha, o Joe têm seguido uma estratégia muito interessante de realizar parcerias com produtores e promotores de produtos. Nestas parcerias o Joe use e divulga os produtos dos seus parceiros no seus pratos numa simbiose benéfica para ambas as partes. O Fungus Velvet é resultado de uma dessas parcerias em que o Joe usa os kits de produção caseira de cogumelos da CogusBox tendo sempre cogumelos frescos para utilizar nos seus pratos.


Seguiu-se o Pimento Italiano Recheado com Brandade de Bacalhau, sobre Hummus com Gergelim Preto, Molho de Gazpacho Cremoso e Espuma do mesmo e Tomilho Limão. Ai, ai Joe, os nomes de pratos com duas linhas são tão década de 2000... O pimento doce a assustar os mais temerosos de picante e o húmus a piscar o olho ao tradicional bacalhau com grão. Entretanto o Chablis já tinha acabado e tínhamos dois vinhos tintos à escolha para acompanhar o bacalhau, um jovem cheio de vida que penso que ainda não está no mercado, o Quinta das Carrafouchas Tinto 2010 que o António Maria tinha trazido em jeito de ante-estreia e um respeitável Mouchão 1998. Coube-me a responsabilidade da escolha. Não sabendo que prato se seguiria pareceu-me que naquela altura teria de ser o Quinta das Carrafouchas mas fiquei na dúvida se o prato seguinte seria capaz de ligar com Mouchão mostrava a sua idade continuando em grande forma.


Uma das grandes qualidades do Joe parece ser a capacidade de pegar na mais clássica popfood e refina-la sem que esta perda identidade e a Francesinha Small Bits Edition com Fritas de Batata Doce é um exemplo desta sua capacidade. O Joe aprendeu a fazer francesinhas com os melhores e transformou-a num prato quase delicado sem deixar de ser reconhecivelmente uma francesinha. Eu sou um bocado leigo na ciência da francesinha mas nos últimos tempos até me cruzei com uma ou duas que dizem os entendidos eram bastante competentes e que me tinham agradado bastante. Mas a francesinha do Joe conseguiu ganhar ali, sem apelo nem agravo, o título de melhor francesinha que comi até hoje. O molho não era picante pois o Joe prefere trazer assim para a mesa e quem gosta de picante acrescenta no prato. Eu, que normalmente até não gosto que o picante se imponha nos pratos, na francesinha acho que este se deve fazer sentir pois faz parte de identidade da francesinha. Mas percebo a opção do Joe e acrescentei o picante a meu gosto no prato. E não é que o Mouchão 1998 ligou na perfeição com a francesinha… Quase tipo Dama e o Vagabundo mas ao contrário…


Para preparar o palato para o apoteose final, o feiticeiro Joe preparou no Caldeirão dos Fervores o Tira Gosto de Frutas, com Maracujá do Ezequiel e Cachaça Summer of 69! Mais um resultado das parcerias que o Joe têm vindo a fazer nestes anos de trabalho por conta própria. Simples e eficaz. Bem, simples quando se têm uma botija de azoto liquido ali à mão…


Terminámos de maneira apoteótica com uma revolução, a Revolução do Chocolate… Um verdadeiro festim para choco-dependentes em que tudo o que está em cima da mesa se come, inclusive o que está dentro dos vasos. Ok, os vasos propriamente ditos não se comem pois serão um bocado indigestos... Não querendo ser injusto para os outros pratos é como se tudo o resto fosse um aperitivo para este final. O Montez Champaulimaud Vintage 1995 que tinha levado acompanhou adequadamente esta revolução embora eu confesse que o que me ficou na memória foi o chocolate e não o vinho.


Eu tinha levado ainda uma garrafa de espumante o Terras do Demo 2011 que decidimos deixar para o final da noite. Foi uma má decisão pois ou esta garrafa não estaria tão boa como é habitual neste espumante ou possivelmente teríamos o palato demasiado marcado por tudo o que tínhamos comido até ali. Naquele momento este espumante foi uma pálida imagem daquilo a que me habituou. No final abusámos da companhia do Joe já bastante tarde e conversamos um bocado sobre francesinhas, pastéis de nata e cerveja caseira. Ficou combinado que tinha de ensinar o Joe a fazer cerveja um dia destes. O dia tinha sido longo, retrospetivamente demasiado longo e com demasiadas coisas boas para se conseguir desfrutar de tudo adequadamente. Foi um dia de excessos à imagem da sobremesa final.

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