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O Tempo e o Vinho: O Confronto Final

Em duas ocasiões durante o ano passado comprei umas quantas garrafas de vinhos velhos que tenho vindo a abrir durante os últimos meses. Uma destas ocasiões foi a Feira de Vinhos Antigos da GN Cellar e a outra foi a minha visita ao Leclerc do Entroncamento. A medida que as fui abrindo fui falando aqui das boas experiencias (nem tanto das más) e em jeito de brincadeira ia colocando o resultado do confronto entre o tempo e vinho. No final do ano passado abri o resto das garrafas que comprei nestas ocasiões e resta-me fazer o balanço final destas compras.

O Tempo e o Vinho: O Confronto Final - reservarecomendada.blogspot.pt

Relativamente às compras na Feira de Vinhos Antigos da GN Cellar ainda só tinha falado do Dão Pipas Reserva Tinto 1970 que abriu com chave de ouro esta contenda. Depois, o entusiasmo esmoreceu um pouco a abertura do Terras do Demo Reserva Tinto 1978 que já tinha entregado a alma ao criador. Para desempatar abri o Ypsilon Tinto 2006 que se apresentava em boa forma como seria de esperar pela sua juventude. Como eu referi na altura até era um pouco estranho este vinho estar numa feira de vinhos antigos. Apresentava uma cor granada com laivos acobreados, tinha uma acidez contida mas presente e aromas a lembrar vagamente rebuçados de café. Restaram o Borba Rótulo de Cortiça Reserva Tinto 1985 e o Solar das Francesas Garrafeira Tinto 1978 nos quais depositava algumas esperanças. Estas esperanças vieram a sair goradas pois ambos já tinham passado para o lado negro da força. Ambos já bastante oxidados, ainda eram bebíveis mas já não se conseguia extrair grande prazer deles.


No que toca à minha visita ao Leclerc do Entroncamento já tinha falado aqui do Quinta da Ponte Pedrinha Branco 2006 e do Casa de Saima Reserva Tinto 2003. As hostilidades começaram francamente mal tendo-me desagradado os dois primeiros vinhos que provei: o Calços do Tanha Tinto 2005 e o Sogrape Reserva Douro Tinto 2002. O meu cérebro fez um esforço para recalcar estas experiencias e nem sequer me lembro bem o que me desagradou nestes vinhos mas nem era uma questão de os vinhos estarem demasiado oxidados ou avinagrados, simplesmente não evoluíram graciosamente. O Quinta da Ponte Pedrinha Branco 2006 fez-me recuperar a esperança de um volte-face que foi alimentada pelo Casa de Saima Reserva Tinto 2003. O seu irmão "não reserva" o Casa de Saima Tinto 2003, acerca do qual eu tinha algumas esperanças depois de ter provado o reserva, revelou-se um balde de água fria, tendo passado claramente do seu tempo. Faltava o Sogrape Reserva Bairrada Branco 2001. A experiencia com Sogrape Reserva Douro Tinto 2002 tinha-me deixado cético mas este branco acabou por se revelar bastante interessante tendo uma cor dourada escura com alguma evolução notando-se alguma untuosidade e notas iodadas. Gostaria que tivesse um pouco mais de acidez mas não se pode ter tudo...

No final o resultado acabou por ser um tangencial 6-5 a favor do tempo. Afinal de contas o tempo acaba por ganhar sempre, basta dar-lhe tempo... Mas apesar deste resultado tangencialmente negativo será que voltaria a comprar vinhos como estes se tivesse a oportunidade? Claro que sim. Afinal de contas quase metade dos vinhos foram grandes experiencias e pelos preços que me custaram as boas experiencias compensaram as más. E mesmo com as más experiencias aprende-se sempre qualquer coisa. Com vinhos como estes é quase sempre uma incerteza o estado em que estarão mas eu não me canso de arriscar. Às vezes compensa...

Gordon Ramsay - www.wook.pt

2 comentários:

  1. Esta tua odisseia pelos vinhos velhos faz-me pensar se valerá mesmo a pena. Apesar de algumas vezes se conseguir de facto um vinho interessante e com excelente (ou só boa já satisfaz) evolução, cada vez que se apanha um vinho que passou de tempo a frustração instala-se.

    Por causa disso ando cada vez mais a fugir de vinhos com mais de 6 a 8 anos. Só mesmo quando tenho alguma "garantia" que vale a pena independentemente do preço. O prazer que se perde não compensa o que se ganha ocasionalmente.

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    1. Percebo o que dizes, mas se o preço não for exagerado continuo a achar que vale a pena arriscar de vez em quando... Mas se calhar um dia canso-me de arriscar... :)

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