Apesar de nessa semana os aguaceiros não se terem alheado da ocasião, foi num dia em que o Sol deu o ar da sua graça que o João Portugal Ramos apresentou o seu novo vinho no Estoril... não, no Portugal Open. Ainda não me consegui habituar à mudança do nome... Há uns anos atrás, a notoriedade que começou a ter o Vinho Verde em alguns mercados fora de Portugal, levou alguns clientes e distribuidores estrangeiros a começarem a pedir ao João Portugal Ramos que lhes fornecesse um Vinho Verde. Estes pedidos eram em geral respondidos com uma tentativa de explicar que o Vinho Verde é uma região e não um estilo de vinho e que a João Portugal Ramos Vinhos não estava a trabalhar nessa região e por isso não podia fazer um Vinho Verde.
Mas claramente havia aqui uma oportunidade para explorar e desde há uns anos que a João Portugal Ramos Vinhos iniciou um projeto na região do Vinhos Verdes, sediado em Monção. Os primeiros vinhos foram lançados em 2011 exclusivamente para o mercado americano. No ano passado quando se sentiu que já se tinha atingido um bom patamar de qualidade foi lançado em Portugal e no estrangeiro o João Portugal Ramos Alvarinho 2012. Este com o objectivo de se tornar uma referencia nos Vinhos Verdes Alvarinho. Mas só agora é que é lançado em Portugal um vinho de entrada de gama com um perfil semelhante àqueles que iniciaram o projecto e que até agora eram vendidos apenas fora de Portugal.
O João Portugal Ramos Loureiro 2013 pretende ser tudo aquilo que atrai nos Vinhos Verdes, vinhos frescos, leves, cítricos, pouco alcoólicos que tanto podem ser bebidos a solo na esplanada como a acompanhar uma refeição de Verão. Foge, no entanto, a alguns clichés menos interessante do Vinho Verde optando por um perfil moderno.
É rotulado como monocasta Loureiro mas têm cerca de 15% de Alvarinho a compor o lote e marcar alguma diferença. O critério legal para um vinho poder ser rotulado como monocasta é ter pelo menos 85% da casta que lhe dá o nome. Para muitos usar 15% de Alvarinho e depois chamar-lhe de Loureiro é um pouco enganador. A mim não é coisa que me incomode muito. Até porque segundo sei esta prática é bastante usada mas é raramente admitida enquanto aqui isto revelado abertamente sem qualquer tentativa de o esconder. Fico só na dúvida se deixar cair o nome da casta não seria mais ajustado em termos de marca para o segmento que se pretende atingir e se não daria mais flexibilidade para compor o lote no futuro. Mas provavelmente em mercados como o Estados Unidos o uso do nome da casta, mesmo de uma casta menos conhecida, pode ser uma vantagem comercial num mercado muito orientado para os monocastas.
O João Portugal Ramos Loureiro 2013 apresenta-se no copo amarelo pálido esverdeado levando ao nariz aromas cítricos e um pouco de relva. Na boca mostra-se cítrico, com um boa acidez e algum vegetal tudo combinado num conjunto pleno de mineralidade e frescura. Na altura pareceu-me ainda um pouco novo mas passados estes dois meses e meio isso já não se deve notar. Têm uma relação qualidade preço muito boa.
No Portugal Open foi usado para fazer uma versão especial de um risotto com courgete e camarão feito pelo chef Nuno Queiroz Ribeiro a que foi dado o nome de Risotto de Loureiro. Tal como fez boa companhia a este risotto, este João Portugal Ramos Loureiro 2013 será certamente um bom companheiro neste Verão. Faça o calor que fizer...

Olá!,
ResponderEliminarEu continuo a preferir um Rosé, para acalmar os meus calores de verão.
Gosto de o fazer acompanhar por Gambas e outras coisas que tais.
Dentro dos Rosés gosto do Versus Rosé.
Cumprimentos